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💰 El tango da Argentina com o FMI

+ balanços do grandes bancos dos EUA

Bom dia Droppers,

Pensei no chuveiro: que o mercado hoje é como uma novela de suspense—o enredo muda o tempo todo, e quem acha que entendeu a trama é surpreendido pela próxima reviravolta.

No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

  • JP Morgan x Goldman Sachs: dois estilos, um só ringue

  • Argentina: El tango cambial de Milei

  • Balanços: a certeza da incerteza

  • Carne: os frigos BR se destacando no caos

Um Giro pelo Mercado

Por aqui, o mercado operou mais leve, em alta puxada pelo recuo de Trump nas tarifas recíprocas sobre eletrônicos. Mesmo com o real se valorizando, o movimento por aqui foi mais tímido que seus pares, pressionado preocupações com a queda do preço das commodities e o quanto isso pode impactar nossa balança comercial. Ainda assim, o HSBC acredita que as exportações pra China devem ganhar força, repetindo o que aconteceu em 2017 na primeira guerra comercial entre os americanos e chineses.

Lá fora, depois de vivenciar uma semana histórica em termos de oscilações, o S&P 500 encerrou a semana com uma alta robusta de 5,7%, enquanto os juros dos treasuries americanos dispararam, com o rendimento fechando acima de 4,5% — o maior salto desde 2001. O ouro renovou sua máxima histórica, reforçando o apetite por segurança, com o dólar perdendo força globalmente — o índice DXY recuando para abaixo de 100 pontos, menor nível desde 2022. Esse semana começou mais calma, com o mercado operado em modo good vibes com as declarações do Trump sobre as tarifas em eletrônicos e que ajudaria os fabricantes de carro na transição para a produção americana.

JP Morgan x Goldman Sachs: duelo de números

O primeiro trimestre do ano acabou e isso significa uma coisa: os resultados começaram a chegar. Grandes bancos dos EUA estão puxando a fila e mostrando como o mercado se comporta nesse início “sob nova direção”. E as comparações também começam a aparecer:

  • JP Morgan: o maior banco dos EUA em ativos sob gestão, viu a receita aumentar 8,1% no ano a ano para US$ 45,3 bilhões – com lucro líquido aumentando 9,1% para US$ 14,6 bilhões.

  • Goldman Sachs: superou as expectativas dos analistas, aumentando o lucro em 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 4,74 bilhões, enquanto a receita subiu modestos 6%, para US$ 15,06 bilhões.

Outros grandes bancos também divulgaram seus balanços.

  • Wells Fargo: relatou uma queda de 3,4% na receita para US$ 20,15 bilhões, mas registrou um aumento de 6% no lucro líquido para US$ 4,89 bilhões.

  • Morgan Stanley: reportou receita subindo 17,2% para US$ 17,7 bilhões ano a ano e lucro líquido aumentando 26,5% para US$ 4,3 bilhões – superando as estimativas dos analistas de Wall Street de US$ 3,7 bilhões.

Mesmo com números positivos, o recado dos executivos do mundo financeiro é de cautela. Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, celebrou o trimestre, mas não baixou a guarda diante do cenário macroeconômico:

“A economia está enfrentando uma considerável turbulência (incluindo questões geopolíticas), com potenciais pontos positivos vindos de reformas tributárias e desregulamentação, e potenciais pontos negativos de tarifas e ‘guerras comerciais’, inflação persistente, altos déficits fiscais e ainda preços de ativos e volatilidade bastante elevados”, disse Dimon.

Jamie ainda foi perguntado se empresas globais, como o caso do JP Morgan, não estariam na “linha de frente do tiro” dessa guerra comercial e a resposta dele foi simples e direta: “estamos na mira sim, e tudo bem”.

Em tempos de incerteza, investidores e bancos se abraçam e tentam entender para onde ir… Um dia de cada vez.

El tango cambial de Milei

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La economia argentina passou por profundas movimentações nos últimas dias. Isso acontece tanto por desejo do presidente Javier Milei de tornar o país menos interventor quanto pela necessidade de se encaixar nas exigências de credores para a liberação de empréstimos. Na sexta, o governo anunciou:

  • Fim do cepo:  desde 2019 o controle cambial rígido (conhecido como cepo) limitava os argentinos a comprarem no máximo US$ 200 por mês – com o objetivo de barrar a fuga de capital. Essa limitação deixa de existir.

  • Mudança do regime cambial: deixa de ter uma política de intervenção (câmbio fixo) constante e estabelece uma zona (bandas cambiais) em que o peso argentino pode flutuar (de 1.000 a 1.400 pesos por dólar); deixando mais claros os gatilhos de intervenções do banco central.

Como já dito, essas medidas – e outras reformas estruturais – não surgiram do nada. Elas vêm de exigências do FMI para a assinatura de um acordo revelado nessa semana.

A Argentina anunciou um empréstimo com o FMI e outros credores internacionais, levantando US$ 28 bilhões pra reforçar as reservas e movimentar as finanças do país. Só o FMI vai colocar US$ 15 bi na mesa:

  • US$ 12 bilhões já chegam agora;

  • US$ 3 bilhões estão condicionados a metas como:

    • Aumentar as reservas internacionais em US$ 4 bi;

    • Entregar um superávit fiscal de 1,3% do PIB.

Segundo o FMI, as novas medidas e a injeção de dinheiro seriam o caminho para a Argentina voltar a ter acesso ao mercado internacional de crédito em 2026, diminuindo o custo dos seus financiamentos. Milei, empolgado, já batizou o momento de “início da era dourada”.

Tendo menos intervenções e possivelmente mais dólares em reserva, a expectativa do FMI, e de Milei é de que o peso argentino consiga finalmente se valorizar. Isso é vital não apenas para conter o câmbio, mas para barrar a inflação e tentar colocar fim à quase-eterna crise na Argentina.

A certeza da incerteza

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Tentar prever as políticas econômicas do presidente Donald Trump não é para amadores… e aparentemente nem para profissionais.

Desde o dia da libertação, quando novas tarifas sobre importações foram anunciadas de uma só vez, os índices das bolsas americanas vêm oscilando muito e não é pelo mercado estar otimista ou pessimista, mas porque ninguém faz ideia do que vem por aí.

  • Em 7 de abril de 2025, o S&P 500 registrou a maior oscilação intradiária de todos os tempos – com variação de 411,53 pontos entre a máxima e a mínima, Isso foi quase o dobro da segunda maior oscilação ocorrida poucos dias antes, em 4 de abril, que foi de cerca de 222 pontos.

  • Este nível de volatilidade intradiária é o mais alto desde o Flash Crash de 2010 e quase dobrou em comparação aos anos recentes, atingindo níveis vistos pela última vez durante a Crise Financeira Global de 2008.

  • A volatilidade intradiária do índice S&P 500 atingiu recentemente 44%, superando os máximos registrados durante a pandemia de COVID-19 em 2020.

O efeito é para quem tem estomago. Até a maior empresa do mundo em valor de mercado, Apple, viu suas ações flutuarem como uma memecoin:

  • De 2 a 8 de Abril: -22.9%

  • De 8 a 14 de Abril: +20.4%

Enquanto isso, os grandes bancos deram a largada na temporada de balanços do Q1 e a escolha de palavras dos reports mostra o clima.

Nas calls com analistas, os CEOs do JPMorgan, Wells Fargo e Morgan Stanley repetiram 40 vezes palavras como “incerteza”, “turbulência” e “desconhecido”. Quase o mesmo número de vezes que falaram isso nas quatro reuniões somadas do ano passado.

Jamie Dimon (CEO do JPMorgan) tem dúvida até se as alianças econômicas e militares do Ocidente seguem firmes. E com esse clima nublado, o VIX (o famoso índice do medo) chegou no patamar dos 60 e agora se encontra em 30 – menor, mas ainda historicamente alto.

Engana-se quem acha que esse aumento da incerteza impacta somente as bolsas. Dimon comenta que o mercado de M&A parou, os planos de contratações foram congelados e que ninguém vai investir nesse tipo de cenário nebuloso.

Se você acha que consegue prever o mercado, talvez esteja jogando o jogo errado. Os grandes bancos já aceitaram que o futuro é uma neblina — e estão se preparando para navegar mesmo assim. Com muito capital, liquidez e nervos de aço.

  • IPCA: registra maior patamar desde fevereiro de 2023, em 5,48%.

  • China: vai abrir seu mercado de ETFs (US$ 520 bilhões) para formadores de preço americanos.

  • CADE: sugere condenação de seis bancos por cartel no câmbio offshore.

  • OPEP: revisa demanda do petróleo para baixo.

  • IR: atualização das faixas de cobrança terá impacto fiscal de R$ 3,39 bilhões em 2025.

  • Índia: inflação fica abaixo do esperado, abrindo caminho para corte de juros

  • OM: a criptomoeda Mantra derretou 90% e fundador culpa as corretoras.

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Frigos BR se destacando no caos

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Os frigoríficos brasileiros estão aproveitando a nova maré tarifária global, que deve impulsionar as compras de carne brasileira pelo mercado chinês.

A Marfrig (MRFG3) roubou a cena com alta de 10.22%, ganhando R$1,62 bilhão em valor de mercado.

A leitura é clara: menos produto americano na China significa mais espaço para os exportadores brasileiros tentarem atingir o maior mercado consumidor de carne do mundo – lembrando que o mercado chinês já consome 40% da carne bovina brasileira exportada.

Vale dizer que as exportações de proteínas – não somente para a China – já estavam ganhando destaque antes da divulgação das tarifas. Em março, por exemplo:

  • Ovos: 342% de aumento na exportação, saindo de 853 toneladas em março passado para 3.700 toneladas em março de 2025.

  • Bovinos: aumento de 30% frente ao mesmo mês em 2024 e de 13% em relação a fevereiro;

  • Suínos: aumento de 26,6% na base anual

  • Frango: 13,8% de aumento comparado com março passado.

Das frigo listadas, a que estava com a pior performance – ainda que positiva – foi a JBS. Isso se deve ao fato do foco maior dela ser em frango, cuja exportação dos EUA para a China é menos relevante.

  • BTG Pactual: anuncia compra da JGP, de André Jakurski, com R$ 18 bilhões sob gestão.

  • BlackRock: ativos sob gestão subiram 11% no ano, batendo recorde de US$ 11,58 trilhões.

  • Webull: sobe 375% no seu segundo dia após fusão da SPAC.

  • Citi: vê o Brasil como chave e cresce 80% na receita aqui, entre 2021 e 2024.

  • Azul: vai lançar oferta de ações que pode movimentar até R$ 4,1 bilhões.

  • XP Malls: adquire participação no Pátio Higienópolis, com dividend yield estimado de 11,1%.

  • Carrefour: Península vende toda a sua participação (4,906% da empresa)

  • Petrobras: Juca Abdalla volta a fazer aporte milionário, de R$ 181,82 milhões depois das quedas recentes

  • Minerva: Goldman rebaixa de compra para neutra. Ação chegou a cair -7,03% na mínima do dia, mas fechou em queda de -2,87%.

Stats do dia

O acordo entre Argentina e FMI já é o 23° entre eles. Em 2019 o país deu seu 9° calote no Fundo Monetário.

Via Financial Times

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