No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Portfólio Update: Warren Buffet e Michael Burry

• Fevereiro: fechando o menor maior mês do ano.

• JP Morgan: o de cima sobe e o de baixo desce

• Musk: o homem mais rico do mundo virou ETF

Um Giro pelo Mercado

Por aqui, o carnaval passou sem maiores turbulências para os foliões brasileiros, que festejavam enquanto o mercado externo pegava fogo. O Ibovespa, em sessão reduzida nesta quarta-feira de cinzas, teve uma leve alta de +0,20%, pressionado pela Petrobras, que acompanhou o recuo do petróleo. Dos 87 papéis, 45 fecharam o dia no positivo. O real apresentou forte apreciação, sendo a maior nos últimos dois anos e meio, com o dólar caindo -2,71%. Amanhã saberemos o crescimento do PIB brasileiro em 2024.

Lá fora, depois de tacar fogo no parquinho com anúncio de novas tarifas, Trump acalmou o mercado anunciando, mais uma vez, pausas nas tarifas. Todas as bolsas subiram acima de 1%, com destaque para o setor automotivo, que ficou aliviado ao ver as suas tarifas serem também postergadas. General Motors subiu +7,15 e a Ford +5,76%. Amanhã serão divulgados os dados do mercado de trabalho americano, o Payroll, onde são esperadas a criação de 153 mil novas vagas.

Portfólio Update: Warren Buffet e Michael Burry

Duas mentes brilhantes. Duas estratégias opostas. No último trimestre de 2024, Warren Buffett e Michael Burry fizeram movimentos que dizem muito sobre como enxergam o futuro. E, talvez, sobre como você deveria pensar seus próximos passos.

Buffett, o investidor paciente, está acumulando caixa como nunca. Isso não significa que esteja fugindo do mercado, mas sim que está cada vez mais difícil encontrar ações de valor.

Burry, o investidor d’A Grande aposta, conhecido por suas apostas desafiando o senso comum, está dobrando a aposta em setores que outros estão ignorando

Aqui estão os movimentos mais expressivos de cada um:

Warren Buffett (Berkshire Hathaway)

• Venda de 117,5 milhões de ações do Bank of America e 40,6 milhões do Citigroup. A redução no setor bancário é clara.

• Corte de 50% na posição da Apple ao longo de 2024. Mesmo sendo seu maior ativo, ele está diminuindo a exposição.

• US$ 1 bilhão investidos na Constellation Brands (Corona e Modelo). Mais um movimento em direção ao setor de bebidas.

• US$ 334 bilhões em caixa acumulados, o maior valor da história da Berkshire.

Michael Burry (Scion Capital)

• 50% do portfólio alocado em tecnologia chinesa, com apostas em Alibaba, JD.com e Pinduoduo.

• Nova posição na Estée Lauder (10% do portfólio), apostando na recuperação do mercado de beleza premium.

• Redução parcial em Alibaba (-25%) e JD.com (-40%), mas reforço no varejo digital com Pinduoduo.

O que isso significa para o mercado?

Buffett está cauteloso. Ele vê um mercado caro e prefere esperar por oportunidades melhores. Já Burry aposta na recuperação de setores subvalorizados — tecnologia chinesa e beleza — mesmo com riscos elevados.

Ambos os estilos oferecem lições valiosas: a importância da paciência e consistência no caso de Buffett e a habilidade de identificar tendências emergentes no caso de Burry. No final das contas, suas estratégias mostram que não há uma abordagem única para o sucesso no mercado financeiro – tudo depende do contexto, convicções e resistência ao pânico do investidor.

Fevereiro: fechando o menor maior mês do ano.

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Fevereiro começou com aquele clima de otimismo herdado de janeiro – bolsa subindo, dólar caindo – mas em 28 dias muita coisa mudou. Entre turbulências gringas, notícias políticas e reviravoltas corporativas, o mês terminou no caminho oposto do que se iniciou.

Aqui no Brasil:

O Ibovespa prometia mais um mês positivo, mas a maionese desandou principalmente na última semana do mês. Muitos investidores pisaram no freio antes do Carnaval, e o índice encerrou fevereiro com queda de -2,6% em reais e -3,5% em dólar. A janela de resultados corporativos também não vem ajudando: das 50 empresas do ibovespa que já divulgaram balanços, só 21 (ou 43%) superaram as expectativas.

Os destaques positivos ficaram com: Educação (+8,5%) e Mineração/Siderurgia (+2,9%). Já os destaques negativos ficaram com: Papel & Celulose (-8,3%) e Varejo (-8,1%).

Mas calma, a foto do ano ainda está bonita: o Ibovespa acumula alta de 2,1% em reais e +7,2% em dólar. Já o IFIX, que não quis saber de fechar seu sexto mês no vermelho, subiu +3,34% e recuperou o tombo de janeiro.

Ali nos EUA:

As bolsas americanas também ficaram no negativo em fevereiro, com o S&P 500 caindo -1,4% e o Nasdaq recuando -2,8%. A novela coloca tarifa – tira tarifa adicionou mais ruído ao mercado e nem os balanços dentro do esperado trouxeram alívio. O ouro, por outro lado, brilhou: subiu 2,1% e está a um passo de romper a barreira dos US$ 3.000 por onça. O VIX, o famoso "índice do medo", disparou +19,49% no mês e já sobe mais 22,53% nos primeiros dias de março, adicionando mais um elemento de volatilidade para os mercados.

Já o mercado cripto mal se recuperou do maior hack da sua história ($1.5bi) e acordou com Trump anunciando uma reserva estratégica nacional lastreada em cinco criptos: BTC, ETH, XRP, SOL e ADA. Entre altas e baixas e apesar dos anúncios, o mercado cripto despencou de U$3,7tri para U$2,5tri desde a posse do novo presidente em Agosto.

Lá no Oriente:

Do outro lado do mundo as coisas foram diferentes. O surgimento do DeepSeek reacendeu o interesse pelos ativos chineses e o índice Hang Seng (HSI) avançou incríveis 13,6% no mês.

P.S.1: Retornos setoriais em 2024 e agora nesse início de 2025 aqui no Brasil.

⬆ EMBR3: Embraer foi a maior alta do Ibovespa ontem, terminando o pregão com +8,79%, a R$ 75,85. A empresa anunciou que adicionou a Fly Across MRO à rede de serviços autorizados para ampliar a operação no México. No ano já são +35% de valorização

⬆ MRFG3: Marfrig subiu +7,04%, em R$14,59, recuperando uma parte das perdas observadas no pregão de sexta, onde tinha caído -10,15% após notícias da China ter suspendido temporariamente importações de carne bovina.

⬆ ABEV3: Ambev subiu +4,58%, em R$12,78. Em entrevista ao Broadcast, Felipe Sant’Anna, da StarDesk, comentou que a empresa basicamente teve o monopólio das bebidas no carnaval e isso deve impactar positivamente as vendas do trimestre

⬇BRAV3: Brava Energia foi a maior queda do Ibovespa hoje, recuando -8,27% em R$ 16,52. Não tiveram divulgação de notícias corporativas e o movimento ocorreu em meio ao recuo expressivo do preço do petróleo.

⬇PETR3: Petrobras caiu -4,61%, em R$37,25. A empresa se encontra agora em patamares de junho de 2024. É o sétimo pregão seguido de queda, onde junto com o petróleo, a empresa também reportou resultados bem abaixo do esperado.

⬇AMOB3: Automob também registrou quedas de -4%, em R$0,24. Por ser um papel negociado abaixo de R$1, qualquer variação representa um percentual relativamente grande. A empresa já cai quase -30% no ano.

JP Morgan: o de cima sobe e o de baixo desce

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Que o J.P. Morgan está passando por uma fase extraordinária ninguém duvida. O maior banco da maior economia do mundo fechou o ano passado com lucro recorde de US$ 54 bilhões e bateu seu maior valor de mercado no fim de fevereiro, chegando a US$ 783 bilhões. Mas enquanto a vitrine está brilhando, o almoxarifado pega fogo:

Lá em cima da pirâmide, só sorrisos:

Jamie Dimon, o chefão do banco, tem motivos para sorrir. Sua remuneração em 2024 subiu 8,3% em relação a 2023, totalizando US$ 39 milhões – sendo US$ 1,5 milhão em salário e um belo bônus de performance de US$ 37,5 milhões.

Lá em baixo da pirâmide, só treta:

Além do mandato pelo fim do home office, do reajuste salarial de míseros 1-2% e do fim das iniciativas de diversidade (DEI), o banco também não poupou cortes. Enquanto comemorava 10 novas máximas no preço das ações este ano, aproveitou para demitir 1.000 funcionários dos seus 316k.

Para fechar a sequência de polêmicas, um ex-funcionário do J.P. Morgan acusou o banco de ocultar o real tamanho de suas posições de trading para escapar dos requisitos de capital. Ou seja, além do descontentamento interno, há também questões regulatórias pairando no horizonte do maior banco dos EUA.

O J.P. Morgan pode estar fazendo história com seus números, mas, pelo visto, a crise dentro de casa pode ser um tornar um problema maior do que o mercado precifica.

• Frigoríficos: China suspendeu a compra de carne bovina de 3 frigoríficos brasileiros — JBS, Bon-Mart e Frisa.

• Fiagro: Nova regra entra em vigor com opções de investimentos ampliadas

• Governo americano: dá 30 dias para a Chevron fechar na Venezuela, pressionando Maduro

• PMI Industrial: da zona do euro sobe a 47,6 em fevereiro, maior patamar em 24 meses

• Bolsas da Europa: têm alta firme com planos de estímulos fiscais na Alemanha

• Querosene: Petrobras corta preço do querosene de aviação em 5,9%, ou R$ 0,25 por litro

• China: estabeleceu novamente meta de crescimento do PIB em 5%

• Opções: mercado das opções “diárias” bate recorde em volume

• Canadá: O PIB cresceu 2,6% em 2024

Musk: o homem mais rico do mundo virou ETF

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Para quem quer ganhar dinheiro, seguir o portfólio de investimentos da pessoa mais rica do mundo não deveria ser um motivo de dúvida — a não ser que essa pessoa seja Elon Musk. Neste caso, a estratégia envolve risco, alavancagem e uma pitada de caos. Mas para quem tem estômago, Musk vai virar ETF - ou quase isso.

A Quantify Funds, gestora de Nova York, está lançando um novo produto com o ticker $MUSK. A ideia é atrair investidores de varejo que compartilham do estilo arrojado e nada convencional do bilionário que fez foguete dar ré.

O ETF MUSK é uma aposta alavancada – podendo maximizar ganhos ou multiplicar perdas – em um portfólio que combina ações das empresas ligadas a Musk e aposta contra seus principais concorrentes no mercado. Na prática:

• Exposição a nomes como Tesla e Nvidia;

• Ao mesmo tempo em que joga contra alguns concorrentes diretos.

• Usa derivativos para obter exposição total ao mercado.

• O investidor que entrar nesse fundo coloca U$1 e tem exposição a U$2.

Para a Quantify Funds, que já desenvolveu mais de 75 ETFs, um mercado com maior volatilidade é um mercado com mais oportunidade. Além do MUSK, a gestora está preparando mais nove ETFs baseados em derivativos, incluindo fundos expostos a criptomoedas (Coinbase, MicroStrategy) e um que aposta contra as big techs como Meta e Amazon, visando atender os investidores que são mais ousados em relação ao risco.

Outro ETF que está entrando no mercado financeiro é o UFOD, que aposta no futuro lucrativo da exploração espacial. Esse ETF usa a inteligência artificial para identificar empresas que podem ter uma vantagem informacional devido à sua proximidade com dados governamentais sobre fenômenos aéreos não identificados (sim, OVNIs). O ETF vai operar na estratégia long-short, ou seja, além de investir em ações de tecnologia, defesa e aeroespacial que podem se beneficiar desse fenômeno, também aposta contra empresas que podem ficar para trás. Os moradores de Varginha devem estar se coçando para adicionar esse ETFs em seus portfólios.

• Sea: Dona da Shopee tem lucro no 4T’24 e vê suas receitas subirem 36,9% no ano

• BlackRock: comprou 2 portos no Canal do Panamá. Movimento vem logo após Trump alegar que a China está controlando o Canal.

• Oi: vende ativos de fibra para V.tal por R$ 5,7 bilhões

• Hidrovias do Brasil: anuncia aumento de capital de R$ 1,2 bilhão

• Mobly: confirma recebimento de carta com possível oferta dos fundadores da Tok&Stok para OPA.

• TSMC: anuncia plano de investir US$100 bilhões para a construção de 5 novas fábricas em solo americano.

• Prio: recebe licença de perfuração para o Campo de Wahoo

• Saudi Aramco: depois de pagar o maior dividendo do mundo em 2024, valores devem cair para 2025

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