No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• EUA: tudo que sobe, desce e muito!

• Europa: a velho continente revive

• Rocket e Redfin: a financiadora e a corretora dão as mãos

Por aqui, o Ibovespa até que tentou, mas não conseguiu escapar imune das fortes quedas do exterior e começou a semana com pé esquerdo. Pra fechar o pacote risk-off, dólar subiu e todas as vértices de juros abriram. Por outro lado, o relatório da J.P. Morgan atualizando o Brasil de neutro para compra ajudou a minimizar o impacto. Amanhã, além de sair o IPCA de Fevereiro, também teremos divulgação de resultados da Cogna, Casas Bahia, SLC Agrícola e Tenda.

Lá fora, o mercado americano seguiu em queda e o S&P e a Nasdaq tiveram seu pior dia desde de 2022. O presidente Trump dizendo que não está olhando para o mercado de capitais, somada ao aumento da probabilidade de recessão, com a mudança do sentimento do mercado (para medo extremo), fez o S&P acumular -5% no ano e evaporar cerca de 1.2x o PIB Brasileiro em valor de mercado. Nasdaq, ontem, chegou a a ficar 1,2% de entrar em circuit breaker durante o pregão. Já a China reportou deflação de 0,7% em fevereiro. Na agenda, hoje temos relatório JOLTS, sobre o mercado de trabalho americano e amanhã temos divulgação da inflação CPI americana e decisão de taxa de juros no Canadá

Vermelho republicano ou banho de sangue?

Isaac Newton bem que avisou: tudo que sobe, desce - a lei da gravidade é implacável e também existe no mercado de capitais. Depois de celebrarem máximas históricas pós-eleições americanas, a correção chegou: desde o dia 19 de fevereiro, o S&P 500 apagou incríveis U$4 trilhões de valor de mercado — ou ~$307 bilhões em capitalização de mercado POR DIA nos últimos 13 dias seguidos.

O impacto foi sentido em praticamente todos os setores mas, as Magníficas 7 e seus valores de mercado astronômicos foram algumas das mais impactadas:

• Tesla: a mais atingida, com uma queda massiva de 15.43% em um único dia. Elon Musk e suas apostas arriscadas cobrando o preço.

• Nvidia: a queridinha da IA, despencou 5.07%, depois de liderar os ganhos em 2023. O sonho da IA se tornou mais complexo, e o mercado respondeu.

• Apple: com queda de 4.85%, mostrando que nem a maçã é imune às turbulências.

• Meta: também sentiu o baque hoje, caindo 4.42% na sessão. Apesar disso, é a única do grupo com valorização positiva no acumulado de 2025.

• Alphabet (Google): sofreu uma queda de 4.41%, provando que a dominância nas buscas não garante imunidade.

• Microsoft: caiu 3.34%, com nuvens de preocupação pairando sobre o crescimento da Azure.

• Amazon: teve uma queda de 2.36%. Até mesmo o gigante do e-commerce sentiu o golpe.

As perdas, que ocorrem após duas semanas de quedas acentuadas, significam que o S&P 500 e o Nasdaq 100 estão agora em seus níveis mais baixos desde setembro.

Enquanto isso, os investidores começam a olhar para outros horizontes. Como diz Dan Coatsworth da AJ Bell:

Trump já avisou que não anula a possibilidade de uma recessão e que está apenas começando. Enquanto isso, os investidores tentam navegar uma realidade de guerras tarifárias, corte de custos governamentais, demissões de funcionários públicos, negociações austeras com velhos aliados - e quem sabe até uma expansão territorial no Canadá e Groenlândia.

P.S.1: Os valuations das Mag-7 se encontram nas mínimas dos últimos 2 anos.

Europa: o velho continente revive

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Nos últimos anos, investir nas bolsas europeias era quase como ver um time da segunda divisão tentando jogar a Premier League. Até tinha um ou outro talento, mas, no geral, faltava fôlego crescimento e perspectivas para competir com os mercados dos EUA. Mas 2025 chegou e mudou o jogo para o velho continente: as ações europeias finalmente saíram da sombra e passaram a brilhar. Os números não mentem:

• 🇩🇪 DAX Alemão subiu 15% no ano.

• 🇮🇹 FTSE MIB Italiano subiu 13%.

• 🇫🇷 CAC 40 Francês subiu 11%..

• 🇬🇧 FTSE 100 Britânico avançou 7%.

• 🇺🇸 S&P 500 nos EUA recuou -5,65%.

A última vez que a Europa superou os EUA dessa forma foi em 2000. Mas o que fez o Velho Continente deixar de ser o "patinho feio" do mercado?

→ Valuation. apesar da recente alta, as ações ainda são negociadas a múltiplos bem abaixo das americanas. O MSCI Europa, por exemplo, está sendo negociado a 14x P/L, enquanto o S&P se encontra em 28x P/L e a Nasdaq em quase 38x. É a maior diferença nos últimos 2 anos.

→ Juros: o banco central confirmou, na semana passada, o sexto corte de juros consecutivo, levando a taxa da zona do Euro para 2,5% e tirando ainda mais pressão das empresas enquanto valoriza a moeda local - que já sobe 4% em relação ao dólar este ano.

→ Guerra: o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia pode gerar uma demanda de U$500 bilhões para reconstrução do país, o que ajudaria os setores de infraestrutura e construção. Indo além, um possível retorno da importação do gás natural russo poderia aliviar os custos energéticos e reduzir a inflação. Mas como dizem por aí: "cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça" — dependência do gás russo ainda é uma questão sensível.

→ Geopolítica: correndo para se adaptar a uma nova realidade, a presidente da Comissão Europeia propôs um pacote de €800 bilhões para reforçar o orçamento militar do continente, fazendo com que as empresas ligadas ao setor de defesa disparassem ~43%.

No papel, tudo parece indicar que os mercados europeus ainda têm gasolina para queimar. O Morgan Stanley e o Goldman Sachs estão otimistas com os baixos preços, a perspectiva de estímulos fiscais na Alemanha, e desregulamentação em vários países europeus. Mas nem tudo são flores. A política externa dos EUA pode mudar rapidamente, e o posicionamento da administração Trump em relação à Rússia e Ucrânia é um fator-chave para o futuro da região.

Por enquanto, a Europa está de volta ao jogo. Se vai continuar na liderança ou tropeçar no meio do caminho, só o tempo dirá.

P.S.1: um estudo mostrando que a Alemanha pode gastar até 2 trilhões de euros na próxima década sem comprometer o crescimento econômico

⬆ MGLU3: Mesmo com a subida de juros, Magazine Luiza subiu +4,96%, fechando em R$8,25. A empresa anunciou que as vice-presidências de plataforma e negócio irão ser unificadas sob a liderança de André Fatala. A empresa sobe +26,92% no ano.

⬆ ASAI3: subiu +3,97%, em R$7,07, mesmo que nenhuma noticias corporativa tenha sido divulgada. A empresa já sobe +6% em março e +27,34% no ano.

⬆ JBSS4: JBS subiu +2,67%, em R$32,34. A Bloomberg relatou que a empresa estaria interessada na compra da maior empresa avícola do Oriente Médio, a Alwatania. Apesar da alta de +4,36% em março, a empresa ainda cai -10,91% no ano.

⬆ BHIA4: Casas Bahia, fora do Ibovespa, subiu +29,92%, em R$4,69. Essa foi a segunda maior alta diária da história da empresa. Quase 25% das ações estão em posições vendidas e o movimento de ontem é característico de um short squeeze.

⬇BRAV4: Brava Energia caiu -5,72%, em R$16,80 após a subida de +10,82% na última sexta-feira, quando a empresa divulgou produção recorde em comunicado ao mercado

⬇HAPV3: Hapvida caiu -5,53%, em R$2,05, devolvendo a alta do mês até então. No ano a empresa cai -8,07% e ela divulga balanço no próximo de 20, após o fechamento do mercado.

⬇CXSE3: Caixa Seguridade caiu -4,07%, em R$15,34, após a empresa divulgar o primeiro follow-on do ano na B3. Para o Goldman Sachs, o movimento deve melhorar a liquidez do papel e aumentar as ações em circulação, de 17,25% para 20%, atendendo o padrão de listagem do Novo Mercado.

Rocket vai pagar caro pela Redfin

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A Hipótese dos Mercados Eficientes sugere que os preços dos ativos já refletem todas as informações disponíveis, ou seja, não existem ações baratas ou caras, uma vez que o mercado é eficiente em precificar uma ação. Claramente os gestores da Rocket Companies não acreditam nisso. A empresa acaba de anunciar a compra da Redfin pagando 115% a mais do que o valor das ações da empresa e um prêmio de 63% sobre o preço-médio nos últimos 30 dias. A reação?

• A Rocket Companies, a empresa americana, que atua no segmento de empréstimos e serviços imobiliários, caiu ~16% no dia.

• A Redfin, outra americana, que atua como uma corretora de imóveis online, chegou a subir 80% no dia e fechou em alta de ~70%

O CEO da Rocket, Varun Krishna, justificou a compra alegando que o processo de aquisição de uma moradia própria é um processo fragmentado, desatualizado e com várias camadas - uma ótima oportunidade para criar um fluxo integrado da busca até o financiamento.
O CEO da Redfin,Glenn Kelman, acredita que a combinação das duas companhias pode gerar uma experiência mais fluida e conveniente para os clientes.

A aquisição já foi aprovada pelos Conselhos de Administração de ambas as empresas e deve ser concluída entre o segundo e terceiro trimestre de 2025. As sinergias apontadas são na casa dos US$ 200 bilhões, sendo US$ 140mi em custos e US$ 60mi em receitas. No final das contas, a eficiência de mercado é uma questão de perspectiva e o tempo dirá se essa aposta vai se provar genial ou um erro caro.

• Payroll: criação de novas vagas abaixo do esperado, em 151 mil.

• PIB Brasil: cresceu 3,4% em 2024, o 16º maior crescimento entre 60 países.

• Taxa de desemprego nos EUA: sobe para 4,1%

• Inflação Chinesa: Core CPI mostrou deflação pela 1ª vez nos últimos 4 anos.

• Nasdaq: está planejando operar por 24h.

• Déficit comercial americano: atinge recorde em janeiro, com importações US$ 329.5 bilhões

• Dividendos: oito empresas brasileiras pagam essa semana, com destaque para Vale que irá pagar R$ 2,14 por ação.

• Caixa Seguridade: faz primeiro follow-on da bolsa em 2025.

• Oracle: não entrega a projeção de lucros e passa um guidance mais fraco

• Direcional: tem receita e lucro recorde no 4T’24

• Walgreens: que valia U$109bi, é vendida por U$10bi para um private equity.

• C&A: BTG muda recomendação para compra, com upside de 70%.

• Prio: produziu 108,56 mil barris de óleo por dia em fevereiro, queda em relação a janeiro.

• Pague Menos: Lucro recua 47,34% no 4T’24.

• Hypera: Votorantim amplia para 11% sua participação.

• Carrefour: acionista minoritários agem contra o plano de OPA da empresa

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