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💰 $MELI: dominando do tango ao samba
Boletim Focus + Cartinha da Inflação + Dólar em 2025
Bom dia Droppers,
Pensei no chuveiro: O Brasil é um país onde o Google acha arriscado juridicamente publicar a cotação do câmbio. Agora vamos falar de atrair investimentos - via Pedro Cerize.
No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
Meli: dominando o digital, do tango ao samba
Boletim Focus: a ressaca das taxas e o impacto nas empresas
IBGE: Inflação superou o teto da meta
Dólar em 2025: partiu disney ou netflix?
Um Giro pelo Mercado
↓ Dólar | R$6.0975 | -0.07% |
↑ Ibovespa | 119.007 | +0,13% |
↓ Ouro | 2.681,61 | -0.06% |
↑ Dow Jones | 42.297,12 | +0,86% |
↑ S&P 500 | 5.836,25 | +0,16% |
↓ Nasdaq | 19.088,12 | -0.38% |
Por aqui, ainda com a liquidez muito baixa, o Ibovespa recuperou os 119k. Um dos pontos de ontem foi a live realizada pelo Bradesco Asset Management, onde o diretor de política econômica, Diogo Guillén, afirmou que o BC tem os instrumentos necessários para levar a inflação de volta pra meta. O cenário é que o Brasil só chegue na meta lá para o final deste ano. Destaque até então é o alto fluxo negativo dos estrangeiros que já se encontra em -R$4.654 bi nos 10 primeiros pregões do ano.
Lá fora, o mercado continua a discutir os dados do mercado de trabalho americano, que vieram mais fortes que o esperado. A maioria dos bancos revisou o plano de cortes do juros para apenas 2 durante o ano, sendo que o BofA acredita que não teremos mais cortes e o próximo movimento seria provavelmente de alta dos juros. Essa semana começa a janela de apresentação dos resultados corporativos do último trimestre do ano passado e dos bancos.
Meli: dominando o digital do tango ao samba
O Mercado Livre estreou como um dos primeiros ecommerces latino-americanos em 1999. Mas ao longo dos últimos 26 anos, a empresa se tornou um ecossistema completo de comércio digital, combinando elementos de gigantes globais como Amazon, Alibaba e PayPal, mas sem nunca perder o tempero latino, que elevou seu valor de mercado para ~U$90 bilhões.
Seu diferencial está na compreensão do mercado local e capacidade de criar soluções sob medida para necessidades específicas. A empresa desenvolveu uma estrutura integrada que vai além do e-commerce tradicional, incluindo logística e fintech adaptados à realidade regional. Atualmente:
Cresceu a receita em 36x nos últimos 10 anos, um CAGR de 43%
Receita em 2014 era $0.5bi. Já a receita em 2024 é de $19bi
Brasil é seu maior mercado, representando 55% do total
Seguido pelo México com 22% e Argentina com 19%
Ecommerce ainda representa a maior parcela da receita, com 60%
Fintech cresceu 43x de 2015-23 e chegou aos U$6.3bi, um CAGR de 60%
O Meli continua expandindo suas operações, investindo em publicidade, aprimorando a logística e considerando o desenvolvimento de marcas próprias. Apesar da concorrência no cangote de empresas como Amazon, Shopee e Magalu, eles mantêm a pole position.
⬆ PETZ3: chegou a ficar em leilão, com a notícia de que a fusão da Petz e da Cobasi deve ser aprovada, sem restrições, no 1T’25, pelo CADE. Subiu até os R$ 4,46, mas fecharam em leve alta de +0,99%, em R$4,10
⬆ BPAC11: subiu +2,13%, em R$28,32. Analistas do J.P Morgan deram upgrade na ação, revisando a recomendação de neutra para compra, com preço-alvo em R$38.
⬇BEEF3: Minerva caiu -5,31%, em R$4,81 e continua com sua alta volatilidade. Depois de subir +6,41% na quinta, o papel também caiu -1,36% na sexta e voltou para a mínima do ano.
⬇PCAR3: caiu -4,71%, em R$2,63, com uma revisão dos analistas do Bank of America, que cortaram a recomendação dos papéis de neutra para venda e diminuíram o preço-alvo, que era de R$2,60 para R$1,80.
O impacto nas empresas após as ressacas das taxas
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Ontem foi dia de divulgação do primeiro Boletim Focus do ano e, nele, teve previsão de alta para tudo quanto é lado em 2025:
PIB deve subir 3,49%, a maior projeção desde 2010, desconsiderando o ano de recuperação pós-pandêmica de 2021.
Inflação deve subir para 5%, a décima terceira alta consecutiva do IPCA.
Taxa SELIC chega aos 15%, com expectativas de se manter alta por um tempo.
Dólar à R$6 é o novo normal, com algumas previsões apocalípticas dos bancos jogando ele há R$7,30
O impacto disso varia principalmente de acordo com o mercado foco das empresas. Por exemplo, segundo o BTG:
Empresas voltadas para o mercado doméstico, terão mais desafios:
→ Crescimento de Lucros: Projetado em apenas 8%, contra 29% no ano passado.
→ Exposição à Selic: Quase metade (48%) do endividamento dessas empresas está atrelada à Selic, que com a subida, pressiona ainda mais seus custos.
Empresas voltadas para o mercado externo, estão melhores posicionadas:
→ Crescimento de Lucros: Estimado em 44%, recuperando a queda de 33% de 2024.
→ Impulso Cambial: A desvalorização do real favorece as receitas em moeda estrangeira. E não faltou desvalorização!
Hoje a bolsa está sendo negociada em 6x P/L. Em um cenário otimista, onde os juros reais caem para 5% (hoje se encontra em quase 9,5%), a inflação dentro da meta e com o crescimento do PIB na casa dos 3%, a projeção do BTG é que o ibovespa poderia ser negociado em 12x lucros, atingindo quase 180 mil pontos, ou seja, aproximadamente 52% do patamar atual.
Payroll: o relatório de criação de empregos formais nos EUA, mostrou 256 mil novas vagas, bem acima das expectativas, que eram em 160 mil. Foi maior que o de novembro, que foi de 227 mil. Isso reforça que a economia americana ainda continua aquecida e deve impactar no ciclo de cortes do Fed, pois esses números acimas do esperado impacta a inflação
Pedidos de desemprego: em linha com o Payroll, os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 201.000, o menor nível em 11 meses.
Queimadas LA: com centenas de casas destruídas, as projeções dos impactos das queimadas são em torno de $50bi neste momento. J.P
Morgan estima que as perdas das seguradoras serão na casa dos $10bi. Nas 24 primeiras horas os incêndios atingiram 12 mil hectares.
IBGE: Inflação superou o teto da meta
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Faz parte do ritual de fim de ano: você olha para trás e tenta calcular quanto gastou a mais no mercado, no restaurante ou na gasolina. Quem fez a conta, achou que o IPCA não refletiu o peso no bolso. Com a palavra, o responsável oficial por medir a inflação, IBGE: a inflação de dezembro foi de 0,52%, acima do esperado, o que fez o ano fechar com 4,83%, estourando o teto da meta do BC que era de 4,5%.
E você, dropper que acompanhou nossa última edição, sabe o que isso significa: hora da famosa cartinha do presidente do BC para o ministro da fazenda explicando o que deu errado, cheia de economês. Nós passamos a caneta descomplicadora e traduzimos para você:
Inflação Importada: 0,72% da culpa é da desvalorização do real, que encareceu produtos importados.
Inércia do Ano Passado: 0,52% veio do efeito cascata da inflação. Pense na inflação como uma bola de neve, que quando começa a rolar é difícil parar.
Hiato do Produto: contribuiu com 0,49%. É o "descompasso" entre o que a economia poderia produzir e o que ela realmente está produzindo.
Expectativas de Inflação: o medo da inflação adicionou mais 0,30% ao IPCA. Se as pessoas acham que a inflação vai subir, aumentam os preços ou pedem reajustes salariais maiores agora.
Além disso, o BC também comentou que o cenário aponta que a inflação ficará acima do teto da meta até o terceiro trimestre de 2025.
Essa foi a oitava carta explicando o não atingimento da meta da inflação desde o início do plano de metas, em 1999. Nos 26 anos do regime de metas, o Brasil não entregou a meta em ~30% das vezes. Os anos foram 2001, 2002, 2003, 2015, 2017, 2021, 2022 e 2024.
P.S.1: O sistema de avaliação mudou e a cartinha será escrita se a inflação acumulada em 12 meses ficar, durante 06 meses consecutivos fora do intervalo de tolerância, que hoje é entre 1,5% e 4,5%.
P.S.2: Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, respectivamente diretora e diretor-adjunto de Pesquisas Econômicas, uma das áreas mais relevantes do órgão, pediram demissão do IBGE na semana passada.
India: empresas estão abrindo capital em taxas recordes, e a sequência de IPOs deve continuar neste ano
Falências: 694 empresas nos EUA entraram com pedido de falência no ano passado, o maior nível de encerramentos desde 2010
Japão: Banqueiros dizem que o boom de fusões e aquisições de US$ 230 bilhões no Japão ficará ainda maior
China: dinheiro chinês corre para o exterior por meio de fundos mútuos de Hong Kong
África: ganha novo mercado de ações na Etiópia
Bônus Wall Street: saltarão em dois dígitos em grandes bancos
Pedidos de desemprego: caíram para 201.000, o menor nível em 11 meses.
Dólar em 2025: partiu disney ou netflix?
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Se tem algo que o câmbio adora fazer, é tirar sarro das projeções econômicas. Em 2024, o real tomou um caminho bem diferente do imaginado no início do ano, onde as projeção ficavam, na média, entre R$4,80-R$5,00. Fechamos em R$6, com alta de +27%. Com tantos fatores internos e externos em jogo, a pergunta que não sai da cabeça é: teremos Disney esse ano ou não?
O destino da nossa moeda depende de vários fatores, mas algumas contas ajudam a dar uma ideia:
Dólar a R$ 7,00: Esse seria o preço caso o carrego do dólar acompanhe a Selic projetada de 14,5% ao longo do ano.
Dólar a R$ 6,68: Aplicando o diferencial de juros entre Brasil (14,5%) e EUA (4,5%) ao dólar atual, de R$ 6,10.
Dólar a R$ 6,00: Essa é a projeção otimista do Boletim Focus, que assume uma redução no prêmio de risco adicionado ao câmbio no fim de 2024.
E você, como acha que vai terminar o dólar ao fim do ano?
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Hidrovias do Brasil: Moody's coloca nota de crédito em revisão;
Camil: lucro tem recuo de quase 70%.
Azul: diz que conversas com Grupo Abra (Gol) estão evoluindo, mas nenhum acordo foi assinado.
JPMorgan Chase: da adeus Home-Office e traz todos de volta ao escritório
BlackRock: perde $600mi ao apostar em empresa de terceirização de seguros
Constellation Energy está comprando a Calpine, num negócio que une duas das maiores geradoras dos EUA.
Anthropic: negocia aporte e já vale US$ 60 bi
Getty Images: e o Shutterstock, dois dos maiores bancos de imagens e vídeos do mundo, estão se fundindo numa transação de US$ 3,7 bilhões,
Sabe aquele amigo que não conhece a diferença entre CDI e NFT? Ou então aquele que confunde “buy and hold” com um mantra de yoga? Esses amigos precisam do MoneyDrop.
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Stats do dia
O Real (R$) se desvalorizou em 15 dos últimos 25 anos, desde que adotamos o regime de câmbio flutuante. Quando excluímos o período onde o dólar enfraqueceu globalmente e as commodities bombaram (2002-2010), o real perdeu valor nominal em 75% dos meses.
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