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💰 Embraer: decolando jatos e ações

Bom dia Droppers,

Pensei no chuveiro: que os cortes de gastos governamentais dos EUA feitos pela DOGE, sob a liderança de Elon Musk, é o equivalente as empresas cancelando assinaturas antigas já esquecidas.

No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

  • Resultados Itaú: o laranjinha da galera

  • Ford: está quase sem bateria

  • ETFs: uma pequena taxa, uma grande diferença para investidor

  • Embraer: decolando jatos e ações

  • EUA: criando seu primeiro fundo soberano

Por aqui, tivemos a quebra de 12 dias consecutivos de queda do dólar, que subiu no pregão, mas ainda assim se sustentou abaixo dos 5,80. O Ibovespa se manteve positivo, mesmo com a alta na curva de juros, que foi motivada pelos dados da produção industrial. Os dados foram mais fortes que o esperado, enfraquecendo a tese de desaceleração da atividade econômica.

Lá fora, as bolsas subiram mesmo com as quedas de algumas gigantes que reportaram resultados trimestrais. A Alphabet, aka Google, fechou o dia caindo -7,29% e a AMD caindo -6,27%, mas mesmo assim Nasdaq fechou positivo com os ganhos do setor de tecnologia, com destaque para as altas da ASML, Nvidia, CrowdStrike e Broadcom. Hoje teremos decisão de juros no Reino Unido e resultados da Amazon após o fechamento dos mercados. Amanhã o mercado fica a espera do Payroll, os dados do mercado de trabalho americano

O laranjinha terminou 2024 consolidando sua posição de destaque entre os grandes bancos do Brasil. O lucro recorrente gerencial do quarto trimestre foi de R$10,9bi, alta de 15,8% em relação ao mesmo período de 2023, impulsionado pela expansão de 15,5% na carteira de crédito.

No acumulado do ano, o lucro chegou a R$41,4bi, crescimento de 18%, com destaque para a melhora na qualidade de crédito que reduziu o custo com inadimplência em 6,6%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 22,1%, mantendo o banco na liderança do setor em rentabilidade.

A qualidade do crédito também se refletiu nos indicadores de inadimplência, que caíram para 2,4% no fim de 2024. Segmentos como cartões de crédito, veículos e micro, pequenas e médias empresas puxaram a melhora. Ao mesmo tempo, o banco aumentou seus investimentos em tecnologia e melhorias operacionais, alcançando índice de eficiência recorde de 39,5%.

Para os acionistas, o Itaú anunciou R$18 bilhões em remuneração, com dividendos e recompras de ações, totalizando uma distribuição de R$28,7bi no ano.

Projeção para 2025

Carteira de crédito total

Crescimento entre 4,5% e 8,5%

Margem financeira com clientes

Crescimento entre 7,5% e 11,5%

Margem financeira com mercado

Entre R$ 1,0 bi e R$ 3,0 bi

Custo do crédito

Entre R$ 34,5 bi e R$ 38,5 bi

Receita de prestação de serviços e seguros

Crescimento entre 4,0% e 7,0%

Despesas não decorrentes de juros

Crescimento entre 5,5% e 8,5%

Alíquota efetiva de IR/CS

Entre 27,0% e 29,0%

O que as Casas de Investimento recomendam:

Os analistas mantêm uma visão positiva sobre a ação, com 3 recomendações de "Strong Buy" e a maioria indicando "Buy". O preço-alvo médio é de 40,28, acima do valor atual de 34,11, sugerindo potencial de valorização.

  • Ata do Copom: Segundo o BC, a inflação acumulada anual ficará acima do limite superior de 4,5% pelo menos até junho deste ano. A ata comentou que o cenário de inflação de curto prazo segue adverso e acima do nível necessário para o atingimento da meta. A previsão do comitê é mais um aumento de 1% na próxima reunião de Março, elevando a selic para 14,25%

  • Fluxo cambial: registra 2º pior mês de janeiro desde 1982, com saída de U$6,7 bilhões. A conta comercial registrou a saída de U$2,13bi e a conta financeira de U$4,56bi. O pior janeiro foi o de 1999, com saída de $8,6bi. Apesar de começar o ano com pé esquerdo, ainda é menos pior que o final do ano, quando Dezembro reportou a saída de $26,41 bi.

Ford: está quase sem bateria

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O Ford F-150 é considerado a caminhonete mais vendida por 47 anos consecutivos. São 41 milhões de unidades. Mas a grama do vizinho é mais verde e a Ford cansou de espiar o sucesso das fabricantes elétricas e decidiu entrar com o Ford F-150 Lightning. Mas a pista tinha mais óleo e obstáculos do que ela esperava. 

  • A Ford tem um prejuízo de U$35.000 por carro vendido.

  • As perdas acumuladas do ano ultrapassam U$5 bilhões

  • A autonomia prometida de 340km por carga é, na verdade, menor, chegando a 70km em situações de trilhas e subidas.

  • As vendas sofreram uma queda de 10%

  • Os U$2bi investidos no desenvolvimento de uma bateria robusta não resultaram em nada.

Com os preços altos, uma infraestrutura para recarga ainda engatinhando, cortes nos incentivos governamentais e as concorrentes indo de vento em poupa, a Ford precisou pisar no freio. A fábrica responsável pela produção do Lightning, em Michigan, ficou fechada por 2 meses. A saída foi mudar a estratégia para fabricar carros mais baratos e menores. Porém, os primeiros modelos devem chegar ao mercado apenas em 2027 e, até lá, espera-se que a concorrência tenha inundado o mercado com 150 novos modelos.

As ações da icônica montadora já somam perdas de 60% nos últimos 3 anos, 19% somente no ano passado e, na apresentação de resultados trimestrais de ontem, ficou claro que 2025 não vai melhorar: a empresa espera entregar um EBIT entre U$7-8,5bi, abaixo dos U$10,2bi reportados no ano passado.

A maioria dos analistas possuem recomendação neutra para o papel, e a média de preço-alvo é de $11,68, ou seja, 16,10% acima da cotação atual

PS2: A guerra tarifária pode adicionar +$3k ao preço médio dos carros.

EMBR3: Embraer decolou 15,5%, para R$66,37, depois da divulgação do fechamento de um contrato de $7bi e 200 aeronaves, o maior da história da empresa.

SAND11: Santander viu seus papéis subirem 6,20%, em R$27,08 depois da divulgação do balanço. A empresa avançou na margem bruta e entregou um ROE ajustado de 17,6%.

AURE3: Auren avançou 2,96%, em R$8,36. Não tiveram notícias sobre a empresa sendo vinculadas. No ano, ela acumula uma queda de -4,68%.

AZUL4: Azul teve mais uma aterrisagem forçada, caindo -8,87%, em R$3,80. A empresa divulgou que o Conselho de Administração aprovou um aumento de capital da companhia.

RAIZ4: Raízen recua -7,65%, em R$1,69, chegando na sua mínima histórica. A empresa é bastante alavancada, com uma dívida bruta de quase R$50 bi e sofre com o aumento dos juros. No ano a empresa cai -21,76%

VAMO3: caiu -5,82%, e acabaram o pregão sendo negociadas em R$4,37. E empresa que é considerada cíclica, é mais sensível ao aumento das taxas de juros e reagiram com a alta dos juros futuros no pregão.

ETFs: uma pequena taxa, uma grande diferença

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Vanguard, uma das maiores gestoras de fundos do mundo, com U$10 trilhões sob gestão, acaba de anunciar a diminuição das taxas em 87 ETFs e 168 Fundos. A média de redução no maior corte já feito pela gestora foi de 20%, que pode trazer uma economia de até U$350 milhões para os investidores.

As taxas cobradas pelos ETFs e Fundos, conhecidas como taxas de administração, podem parecer ínfimas quando olhadas separadamente, mas no contexto geral podem ser a diferença entre um período de lucro ou de preju.

Supondo que você invista R$10.000 em um fundo que tenha um retorno de 10% ao ano. Após 20 anos, o valor real se transformaria em R$67.300. Agora vamos as taxas:

  • Uma taxa de 0,05% custará ao investidor R$600.

  • Uma taxa de 0,50% custará ao investidor R$5.900.

  • Uma taxa de 1,00% custará ao investidor R$11.200.

Em outras palavras, uma taxa de 1% representa uma redução de quase 20% no retorno do seu investimento. Como diria o fundador da Vanguard, Jack Bogle, "Nos investimentos, você recebe o que não paga. Os custos importam". Só no ano passado a gestora captou $305bi e, agora, a taxa média dos custos de seus fundos está em 0,07%, abaixo da média da indústria de 0,44%.

  • Relatórios Mercados: segue um relatório macro, com a performance de alguns mercados e a gráficos elaborado pelo Igor

  • Produção Industrial: cresceu 3,1% em 2024, mesmo recuando 0,3% em dezembro

  • Europa: default das taxas high yield atingem as máximas desde 2008.

  • Secretário do Tesouro: assume a CFPB (Agência de Proteção Financeira ao Consumidor) americana e congela todas as atividades.

  • Fundos de Debêntures: triplicam de tamanho em 2024 e podem bater R$300bi, um novo recorde.

  • BC: teve ganho de $36bi com os swaps realizados em janeiro.

Embraer: decolando jatos e ações

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Um inesperado e histórico acordo divulgado ontem pela Embraer com a FlexJet levou a empresa para o céu. A brasileira fechou um pedido de 200 jatos executivos para a norte-americana, o maior da história de +50 anos, e os papéis decolaram 15,51% no pregão de ontem, chegando em R$66,37.

  • XP: comentou que esse pedido deve elevar o book-to-bill (relação que compara o número de pedidos recebidos com o número de pedidos atendidos) para 5, garantindo assim uma visibilidade de 5 anos para a receita da empresa

  • Itaú BBA: espera um crescimento anual do EBITDA de pelo menos 10% até 2028, com uma taxa interna de retorno (TIR) projetada em 15%, podendo chegar a até 20%. Reiterou compra na ação, com preço-alvo da ADR em $51

  • Bradesco: estima que a empresa vai aumentar a capacidade de produção e entregar 150 jatos por ano a partir de 2026. Manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de $43 na ADR.

  • JP Morgan: O banco projeta uma adição de $600 a $720 mi no EBIT da empresa para os próximos cinco anos, representando de 14% a 17% das estimativas de lucro. Reiterou compra com preço-alvo de R$ 78.

Comparando a Embraer com os demais players do setor, fica evidente que a empresa vem sendo negociada a múltiplos bem abaixo, o que pode mudar com a assinatura do contrato histórico, diminuindo a volatilidade dos resultados e dando mais previsibilidade futura. Olhando para o múltiplo empresarial EV/EBITDA, temos:
Embraer: 8.3x
Boeing: 38,2x
Airbus: 12,4x
Bombardier: 7,2x

  • Alphabet: não bateu as estimativas de receita no trimestre, com os segmentos de publicidade e cloud caindo em relação ao ano anterior. Os investimentos em capex devem ser na casa dos $75bi para 2025

  • AMD: divulgou receitas e lucro acima da expectativa, mas a receita com datacenters ficou para trás e o mercado reagiu vendendo o papel.

  • Santander: lucrou R$ 3,854 bilhões no 4º trimestre, acima das projeções. Carteira de crédito cresceu e inadimplência ficou estável.

  • Spotify: teve o seu primeiro ano fiscal com lucro. Receita anual cresceu em 16% e o número de assinantes cresceu 11%. As ações subiram +13%.

  • Mattel: com suas Barbies e Hot Wheels, subiu 7% após superar as estimativas de lucros do 4º trimestre

  • PayPal: caiu 13%, apesar de bater as estimativas de lucro. Empresa anunciou programa de recompra em $15 bi.

  • UBS: anunciou novo programa de recompra de ações em $3bi para 2025.

  • SnapChat: Sim, eles ainda existem e divulgaram um resultado melhor que o esperado. A receita cresceu 14% no ano. O Lucro por ação ficou em $0,16, melhor que os $0,14 esperados.

  • Honda e Nissan: fusão de $58 bi entre está próxima do colapso. As negociações já esfriaram depois da possibilidade anunciada em dezembro

Fundo Soberano dos EUA

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Os fundos soberanos são, normalmente, criados por países com superávit. Foi assim com o Fundo Soberano da Noruega, de Abu Dhabi e Cingapura. Não é o caso dos EUA, que tem $36 trilhões em dívidas. Mas isso também não foi impedimento para o presidente Donald Trump que ordenou a criação do primeiro Fundo Soberano Americano.

O que é um fundo soberano? É um veículo de investimento que pertence ao estado e é composto por ativos financeiros como ações, fundos, propriedades e outros. A sua estratégia normalmente é de longo-prazo, sem liquidez imediata, mas com altos retornos futuros.

De onde vem o dinheiro? Tipicamente são financiados de duas formas:
(a) pela receita gerada pelo próprio governo, como o lucro de recursos naturais como petróleo, gás, minério, etc, que é o caso da Noruega e dos Emirados Árabes.
(b) pela transferência de reservas estrangeiras do banco central ou sobras fiscais, como é o caso da China e Singapura.

Diferente dos seus paralelos, como Fundos do Estado ou Fundos de Pensão, o tipo de investimento e objetivo de um fundo soberano é de acumular riqueza e diversificar ao invés do controle fiscal de curto prazo.

Ainda não está claro quem será responsável pela gestão do fundo, nem de onde vem a grana, nem para onde ela irá e menos ainda se as cripto moedas serão convidadas para festa. De qualquer forma, Trump já disse que esse poderia vir a ser o novo dono do TikTok US! 

Ps1: Nós também temos o Fundo Soberano Brasileiro (FSB), criado em 2008. Porém, como gastamos mais que arrecadamos, o fundo está no fundo do poço.

Stats do dia

A Noruega lançou o seu fundo soberano com U$300 milhões em 1996.

Desde então, cresceu 6.000x e chegou em US$ 1,8 trilhão.

Esse valor daria U$327.000 por norueguês (5,5 milhões de pessoas).

O fundo detém 1,5% de todas as ações globais.

via @TrungTPhan

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