💰 Quedas históricas

+ commodities em baixa + revolta dos bilhões

Bom dia Droppers,

Pensei no chuveiro: A volatilidade do mercado é o como uma dança maluca—todo mundo está se mexendo rápido, mas no fim, ninguém tem certeza de quem ainda está no ritmo

No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

  • Pós-tarifas: a queda das bolsas nos EUA

  • Commodities: valores também despencam

  • A revolta dos bilhões: grandes investidores de olho no mercado

Um Giro pelo Mercado

Por aqui, o Brasil saiu praticamente ileso no primeiro pregão após o anúncio das tarifas dos EUA, mas acabou acompanhando - ainda que em menor escala - as quedas globais que os ativos tiveram na sexta e segunda-feira. Enquanto os mercados internacionais registraram perdas de dois dígitos, o Ibovespa recuou "apenas" 4,29%. As maiores baixas ficaram por conta do setor de varejo, com Magazine Luiza e Lojas Renner, além da Petrobras - pressionada pelo petróleo.

Lá fora, as quedas das bolsas na quinta e sexta da semana passada entraram para os livros de história, ao lado das crises de 2008 (subprime) e 2020 (pandemia). O S&P 500 chegou a recuar 17,4% desde a máxima recente, enquanto Nasdaq e Russell 2000 já confirmaram entrada em território de Bear Market. Os três principais índices renovaram suas mínimas de 52 semanas ontem, ainda que tenham conseguido recuperar parte das perdas antes do fechamento. A movimentação das treasuries de 10 anos — que oscilaram entre 3,869% e 4,212% — reforça o tamanho da incerteza que hoje paira sobre os mercados.

Earnings

O mundo só fala disso. O primeiro trimestre do segundo mandato de Trump está nos oferecendo um experimento sobre como os mercados respondem não apenas a políticas, mas também a expectativas.

Os gráficos entregam… Em 2017, os mercados apostaram na promessa de desregulamentação e cortes de impostos - uma comédia romântica econômica clássica. Em 2025, estamos testemunhando o oposto: um filme de guerra (ou terror) entre Wall Street e Washington.

Não foi só Trump que mudou — o mundo virou de ponta-cabeça. Antes, globalização bombando e juros no chão. Agora, fragmentação geopolítica, inflação resiliente e um Fed que já não tem tanta margem de manobra. Resultados até agora?

  • VIX: o “medidor” de volatilidade da bolsa americana explodiu, revelando uma crise de confiança nas instituições.

  • S&P 500: a queda de mais de 13% mostra que o receio de uma guerra comercial afeta a todos.

  • Dólar (DXY): foi o que teve o movimento mais “errático” até o momento, começando o ano com valorização e depois perdendo força globalmente.

Moral da história? Economia não acontece em ilhas isoladas e aqui o efeito borboleta é quase sempre real. Enquanto em 2017 as declarações de Trump eram frequentemente vistas como "retórica", agora os mercados as tratam como intenções políticas concretas.

Em resumo: o que era visto como “blefe negociável” nas tarifas agora é encarado como prenúncio de uma guerra comercial em escala global. E isso mexe com os ânimos dos investidores, com o bolso dos consumidores e com os ponteiros de qualquer indicador econômico.

Uma semana de quedas históricas

tarifas, reações, ações e mercados globais

Quem piscou, perdeu e quem estava alavancado, chorou. A última semana entrou para a história dos investimentos— e não do jeito que todos sonham.

O mercado teve quedas daquelas que vão parar na prateleira dos livros de história das finanças. E isso ao lado de momentos de crises históricas como as de 2008 e de 2020.

Desde 1980, o S&P 500 teve mais de 11.400 pregões. Em só 29 desses dias as quedas foram maiores do que as registradas na quinta e na sexta passada.

O saldo do estrago foi grande:

  • S&P 500, Nasdaq e Dow Jones: piores quedas desde o auge da pandemia.

  • Nasdaq: entrou oficialmente em bear market (-23% desde o pico de dezembro).

  • Dow Jones: cravou correção, com -15% desde o topo histórico.

  • US$ 11 trilhões: evaporaram do mercado americano em poucos dias.

  • VIX: explodiu +112%, fechando a semana em níveis de subprime e Covid.

E o motivo não tem mistério: o mercado segue apreensivo com as novas tarifas de reciprocidade dos EUA. Só o rumor de um possível adiamento de 90 dias fez o S&P subir 8% em meia hora. Mas aí a Casa Branca negou, e a euforia virou ressaca.

Ainda sobre as tarifas: a Casa Branca diz que está aberta ao diálogo e que mais de 50 países já bateram na porta para negociar. Mas nem todo mundo quer sentar à mesa.

A China anunciou retaliação de 34% nas importações americanas a partir de hoje; algo que Trump respondeu com a ameaça de aplicar mais 50% nas importações da China – chegando a 104% de taxação para o país.

Com tudo isso acontecendo, os bancos de Wall Street revisaram para baixo suas projeções para o S&P. Piora… Para o Morgan Stanley ainda existe espaço para uma queda adicional de quase 10%.

P.S.1: As tarifas devem custar, em média, US$3.800 por família americana, só em perda de poder de compra.

P.S.2: IPOs? Nem pensar. Empresas como eToro, StubHub e Klarna já jogaram a toalha e adiaram a estreia.

P.S.3: As 20 empresas americanas que possuem a maior parte da sua receita no exterior e podem sofrer com a guerra comercial.

  • Payroll: mercado de trabalho americano adicionou 228 mil novas vagas em março.

  • Margin Call: as chamadas de margem dos Hedge Funds foi a maior desde a pandemia.

  • Inflação: Jerome Powell vê as tarifas aumentando a inflação.

  • PMI Serviços: subiu para 52,5 em março, mas a confiança recua.

  • PBoC: continua a comprar ouro pelo quinto mês consecutivo.

  • Taiwan: reforçou as regras para as vendas a descoberto, tentando acalmar o mercado que também entrou em Bear Market.

  • Japão: seu índice, o Nikkei 225, entrou em circuit break de 10 minutos ontem.

  • Pix falso: BC ajuda a não cair no “golpe do comprovante falso”.

Commodities em saldão

metais preciosos, grãos, economia global

Você sabe que o mercado entrou no modo pânico quando até o ouro — o clássico porto seguro de crises — começa a cair junto com o resto. Depois de cravar novas máximas, o metal precioso já devolveu -4,5% nos últimos pregões.

Mas calma: não é que o ouro perdeu o brilho. É só desespero generalizado. A galera tá vendendo até o que normalmente segura firme — tudo pra cobrir chamada de margem em outros ativos. Clássico caso de “preciso de caixa, e é agora!”.

No geral, os commodities derreteram, refletindo o novo medo global: recessão à vista. Alguns dos principais estão assim:

  • Cobre: -16% (pior semana desde 2011)

  • Prata: -12%

  • Ouro: -4,5%

  • Alumínio: -6,5%

  • Carvão: -5,34%

  • Soja: -3,04%

  • Aço: -2.00%

  • Petróleo WTI: -15%

  • Petróleo Brent: -14%, voltando a níveis de 2021

Até o petróleo?

Sim. E parte disso tem dedo da OPEP+, que resolveu agir na contramão das expectativas. Em vez de segurar a produção, aumentou em 411 mil barris/dia. Dizem que pode ser uma pressão da Casa Branca, com Trump tentando baixar os preços na marra para segurar a inflação — que ainda se mantém acima da meta de 2% estabelecida.

P.S.1: A $PETR3 caiu -5,57% ontem, perdendo R$60 bilhões em valor de mercado. A estatal vale agora R$ 445,8 bilhões.

P.S.2: As junior oils registraram foram bastante penalizadas com o movimento do petróleo: Brava Energia (-19,1%), PetroReconcavo (-15,6%) e Prio (-12,8%).

A revolta dos bilhões

bilionários, perdas, críticas

Por causa de toda a volatilidade já citada, até os mais ricos se assustaram. Olha só: as 500 pessoas mais ricas do mundo perderam US$ 536 bilhões em uma única semana. Essa é simplesmente a maior queda já registrada no Bloomberg Billionaires Index. Nomes notáveis na lista ingrata:

  • Elon Musk: - US$ 134,7 bilhões. 

  • Jeff Bezos: - US$ 45 bilhões.

  • Mark Zuckerberg: - US$ 28 bilhões.

A exceção à nova regra foi Warren Buffet, que já embolsou mais de US$ 11,5 bilhões em 2025. O Oráculo de Omaha segue rindo à toa.

Dizem por aí

Com a sangria dos mercados, o topo da cadeia alimentar de Wall Street não está feliz com as decisões. A classe, que evitava criticar publicamente o governo, não poupou comentários durante a semana:

  • Bill Ackman (Pershing Square) disparou no Twitter: os EUA estão "caminhando pra um inverno nuclear autoinduzido". É hora de se preparar.

  • Jamie Dimon (CEO do JP Morgan), disse para os seus acionistas que quanto antes for resolvida a questão das tarifas, melhor para todos.

  • Larry Fink (CEO da BlackRock) afirmou que muitos líderes acreditam que a economia americana já se encontra numa desaceleração significativa e que ele mesmo acha que já estão em recessão

  • Stanley Druckenmiller e Howard Marks também levantaram preocupações com a forma que foi implementada as tarifas.

Quando os tubarões de Wall Street largam o silêncio e vão pro microfone, é sinal de que o mar se agitou.

Até Elon Musk entrou no ringue, trocando farpas com Peter Navarro (assessor de Trump e pai das tarifas). Musk cutucou, dizendo que um PhD em Economia por Harvard não era exatamente um ativo para o governo. Navarro devolveu na CNBC: elogiou Musk pela gestão e custos, mas finalizou com a voadora, dizendo que ele é “um montador de carros” querendo peça barata e sem taxa.

Então, fica o recado: revisa o portfólio, calibra o radar e, se tiver que escolher um guia, vai de Buffett – ele surfa crise de terno e copo de Coca na mão.

  • Banco do Brasil: vai trocar 5 conselheiros, inclusive o presidente.

  • Mercado Livre: deve investir R$ 34 bilhões no Brasil.

  • BRB: ações chegam a cair -17% após proposta do Banco Master.

  • Alibaba: caiu quase 10% com a escalada da guerra comercial.

  • PetroReconcavo: aumentou a produção média diária para 27,7 mil barris.

  • Equatorial: vende ativos de transmissão para fundo canadense por R$ 9,39 bilhões.

  • Moura Dubeux: registra um aumento de 15,9% no volume de lançamentos.

Stats do dia

O dia 04 de abril entrou pra história como o terceiro maior evento de sell-off do mercado americano

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