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💰 Montanha-russa de ações e emoções

+ espiral depressiva + apple e nike

Bom dia Droppers,

Pensei no chuveiro: Um dos melhores dias históricos do mercado? Sim, mas ainda parece que estamos jogando xadrez com peças invisíveis e com regras que mudam a cada movimento.

No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

  • Mercado americano: novas ações tiraram ele da UTI?

  • Remuneração: por que se importar com salários de executivos?

  • Cem anos depois: a espiral depressiva volta a ameaçar

  • Apple e Nike: os efeitos de produzir fora dos EUA

Por aqui, o que parecia ser um dia 100% negativo para os mercados virou um espetáculo de volatilidade – após o anúncio surpresa da postergação das tarifas do Presidente Trump. O Ibov chegou a subir +3,70%, com o índice futuro entrando em leilão duas vezes devido à forte oscilação. Foi a maior alta dos últimos dois anos, e com mais um dia desses voltaremos para as máximas do ano.

Lá fora, na parte da manhã, o clima era de velório: Jamie Dimon falava em recessão e Wall Street trabalhava com cenários de "cisne negro" provocados pelas tarifas. Mas guinada foi tão brusca que o Goldman Sachs revisou seu call de recessão apenas 73 minutos depois de tê-lo enviado aos clientes. Dow Jones decolou 3.000 mil pontos, sendo esse o maior rally diário na história do índice. Nasdaq teve o seu segundo melhor dia na história e o S&P voltou 71% do que tinha perdido desde o dia da libertação.

O Mercado americano saiu da UTI?

Resumo da semana até aqui: Trump anunciou tarifas de reciprocidade e os mercados do mundo todo despencaram. E depois de dias de quedas que somaram perdas trilionárias, um plot twist.

Trump anunciou uma pausa de 90 dias na aplicação das taxas – mas só para países dispostos a negociar com os EUA. Resultado? Os índices explodiram e apenas 8 empresas do S&P fecharam a sessão abaixo do que começaram:

  • Nasdaq: subiu 12% (maior alta desde 2001)

  • S&P 500: subiu quase 10% (recorde desde 2008)

  • Mag-7: +US$ 1.5 tri em valor de mercado

    • Apple: +15,33%

    • NVIDIA: +18,72%

    • Tesla: +22,69%

Ali em cima você leu que o motivo da euforia foi a pausa nas tarifas e também que isso é “só para países dispostos a negociar com os EUA”. Pois no mesmo dia, Trump aumentou tarifas contra a China para 125%, destacando ainda mais as disputas econômicas globais.

Horas antes do novo anúncio, Trump foi ao Truth Social para sugerir que era "um ótimo momento para comprar”. Críticos não receberam muito bem a “dica de investimento”, sugerindo que possam ocorrer denúncias de manipulação de mercado no futuro. Por enquanto, o único fato é que o “Trump Pump” deu resultado.

Cautela permanece necessária

Enquanto os números parecem positivos, o contexto continua nebuloso. Aqui estão alguns pontos para você refletir:

  • Os riscos estão à espreita: O movimento de Trump e as reações globais colocam ainda mais pressão sobre os mercados.

  • Cautela é sua melhor aliada: Muitos investidores estão aproveitando o momento para vender e reduzir exposição, enquanto outros aguardam para entender os próximos desdobramentos.

  • O jogo não acabou: As próximas semanas serão cruciais para definir o impacto dessa pausa nas tarifas e os rumos da inflação, juros e acordos comerciais globais.

Você já sabe que o mercado é imprevisível, e decisões bem informadas são seu maior trunfo.  As próximas semanas vão mostrar se essa pausa nas tarifas tem efeito real sobre inflação, juros e acordos comerciais… ou se foi só um alívio temporário.

Por que se importar com salários de executivos?

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Ler sobre remuneração de executivos pode causar inveja parecer entediante, mas mexe direto com o bolso do investidor. A XP Research resolveu abrir esse capô e analisar os salários dos cargos mais altos nas empresas da B3 — porque, no fim das contas, se o gestor não tá alinhado com o acionista, quem dança é a empresa.

Programas mal desenhados podem incentivar decisões de curto prazo em detrimento do longo prazo e prejudicar o valor da empresa. 

Para começar com algo simples de entender: a remuneração praticada pelo mercado hoje possui 3 pilares: salário fixo, remuneração variável e remuneração em ações.

  • E o quanto isso envolve em variável e ações deveria importar bastante para os investidores. Afinal de contas: bons resultados para eles significam dividendos e valorização para todos.

Hoje, 69% das companhias oferecem pacotes de ações para diretores estatutários, mas só 22% estendem isso ao conselho. Quando rola, a remuneração dessa forma geralmente fica entre 20% e 30% do total — podendo passar dos 50%.

Para falar de valores, veja a média anual:

  • Diretores: R$ 5,2 mi (Top 5: JBSS3, HAPV3, PRIO3, CSAN3, VALE3)

  • Conselheiros: R$ 1,3 mi (Top 5: RAIZ4, RDOR3, NTCO3, BBDC4, ITUB4)

  • Estatais pagam até 7x menos que as privadas.

Detalhe curioso: em empresas com capital pulverizado (“sem dono”), diretores ganham 47% a mais que nas controladas (familiares, de grupos ou do governo). Já no conselho o jogo inverte, com 16% mais dinheiro rolando para empresas com donos.

Remuneração importa — e muito. Não só pro bolso dos executivos, mas principalmente pro bolso dos acionistas. Na próxima vez que for analisar um balanço, vale a pena dar uma espiada também no quanto a diretoria tá levando. E, principalmente, em como ela está sendo incentivada a entregar resultado.

  • China: citou discurso famoso de Ronald Reagan para criticar as tarifas dos EUA.

  • Hedge Funds: alguns estão vendendo todas as posições do portfólio.

  • CVM: aplica multa de R$ 255 mil em empresa de serviços fiduciários.

  • Short Sellers: lucraram US$ 127 bilhões em uma semana.

  • ETFs alavancados: em sua maior crise, perderam 25% do valor com a guerra comercial.

  • Consórcios: mais de 8 milhões de beneficiários possuem dinheiro esquecido em contas.

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A espiral depressiva

crise de 29, espiral de kindleberger, 2025

Com o mundo flertando com uma recessão, o mercado resolveu tirar da gaveta um clássico dos anos 1930 — não é “Tempos Modernos”, é ‘E o Vento Levou” a espiral de Kindleberger. Um gráfico meio torto, com cara de rabisco de guardanapo, que mostrava o colapso do comércio global entre 1929 e 1933.

A Espiral foi criada por Charles Poor Kindleberger II no livro The World in Depression. O autor queria demonstrar a queda progressiva, mês após mês, do valor total das importações de 75 países. Nada animador.

Na época, os EUA subiram tarifas de importação com o Smoot-Hawley Act pra “proteger a economia”. Resultado? O comércio desabou e as importações globais caíram 65% em quatro anos. Corta pra 2025: A guerra comercial entre EUA e China ganhou novos episódios, e as tarifas prometem ultrapassar os níveis de 1930.

  • A OMC já vê risco de queda de até 80% no comércio entre os dois — um baque que faria até Kindleberger redesenhar sua espiral.

Para os mais pessimistas: é o remake econômico que ninguém pediu – agora num mundo mais interligado e mais vulnerável. Para os mais otimistas é a chance de outros países ganharem força. Os neutros? Esses estão entre a espera do preço do milho e a vontade de comprar pipoca para assistir às movimentações do mercado.

“O comércio internacional é o oxigênio da economia global. Sem ele, todos nós ficamos sem ar.”

Parafraseando Kindleberger com uma pitada de 2025.

  • Walgreens: superou as expectativas de receita e se prepara para fechar capital.

  • Trump Media: ação subiu ~22% depois do tweet de Trump sobre ser um bom momento para comprar.

  • Tim: vai investir R$ 1 bilhão para ampliar rede 4/5G

  • Nomad: fatura R$ 500 milhões e chega no seu ponto de equilíbrio.

  • Cemig: levante quase R$ 2 bilhões em debêntures

  • Minerva: anuncia aumento de capital em R$ 2 bilhões.

  • Cury: tem crescimento de 35,7% nas vendas líquidas no 1T’25.

Nike e Apple também sofrem

produção estrangeira, impacto em custos, ações

Em um mundo globalizado, as tarifas impactam em cheio as empresas americanas com produção espalhada pelo mapa mundi. E quanto mais se depende de fábricas fora dos EUA, mais rápido – e mais forte – deve vir o baque.

Quer um exemplo? Nike. Hoje, 95% da produção dos tênis da marca fica em países com Vietnã, China e Indonésia.

Desde 2001 ela tenta escapar da dependência chinesa – que foi 40% e hoje é 18% –, mas isso a levou a colocar 50% de seus ovos na cesta do Vietnã. E a tarifa de 46% aplicada ao país não passa despercebida. De lá para cá:

  • Ações: chegaram a cair –18% após o anúncio, mas subiram +11,36% ontem.

  • Acumulado do ano: as perdas ainda somam 21,21%.

  • Valor de mercado: perdeu US$ 24 bilhões, valendo hoje US$ 87,56 bilhões.

Nas terras de Tim Cook

O custo de produção dos iPhones hoje é de US$ 549. Com tarifas? Sobe pra US$ 846. A margem bruta da Apple, que era de 100%, despencaria pra 30%. Pra manter a margem original, o iPhone teria que sair por US$ 1.651 – mas dificilmente todo o repasse seja jogado no colo do consumidor.

O iPhone 16 é praticamente uma cúpula da ONU em forma de smartphone:

  • Processador de Taiwan

  • Tela da Coreia

  • Bateria da China

  • Câmera do Japão

  • Só o nome que é made in Cupertino

O resultado dos prováveis novos custos também já começa a aparecer. A Apple chegou a perder quase US$ 1 trilhão em valor de mercado desde o anúncio das tarifas – recuperando cerca de US$ 400 bilhões na quarta-feira, mas ainda acumulando queda de quase –20% no ano. 

Sinais de novos tempos

Tanto Apple quanto Nike mostram mostram que, se antes produzir fora dos EUA era sinônimo de eficiência… Hoje pode ser uma vulnerabilidade operacional.

Enquanto o investidor tenta recalibrar os modelos, as gigantes de consumo global estão sendo obrigadas a repensar suas operações. Repatriar produção? Transferir fábricas pra países amigos? Cortar margem? Ou repassar o preço pro cliente final?

P.S. Para driblar as tarifas – pelo menos parcialmente –, a Apple teria voado cinco aviões cheios de iPhones aos Estados Unidos nessa semana,

P.S.2. Em ação similar, os americanos correram às lojas para comprar novos aparelhos.

Stats do dia

Que dia para ser um bilionário. O índice de bilionários da Bloomberg teve o seu maior ganho da história, com os bilionários adicionando US$ 304 bilhões às carteiras.

Via Bloomberg

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