No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Oracle: Resultados Trimestrais 3T25

• Magníficas 7 ou Medianas 7?

• As Perspectivas para a Economia Americana

• SEC: Cartinha Multinha do Papai Noel

• Itaú: de amigo secreto para dança das cadeiras

Um Giro pelo Mercado

Por aqui, ontem rolou alta do ibov, puxado pela Vale surfando bem as notícias dos estímulos fiscais chineses. Infelizmente, a curva de juros e o câmbio não acompanharam o bom-humor de Vale. Amanhã teremos reunião de política monetária e a probabilidade maior é de aumento de 0,75% na taxa de juros. Mas, um aumento de 1% seria uma demonstração de posicionamento mais forte da resposta do monetário frente ao fiscal.

Por lá, os dados do mercado de trabalho americano vieram levemente acima das expectativas: foram abertas 227k novas vagas frente às 220k projetadas. Houveram também revisionais para cima dos números de setembro e outubro. O petróleo vem subindo firme, devido às incertezas no Oriente Médio, com a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad. As bolsas americanas caíram, com destaque para as empresas de tecnologia que reagiram mal a notícia de que a China abriu investigação contra a Nvidia.

Resultados Trimestrais da Oracle

Apesar do crescimento acentuado, a Oracle não foi capaz de bater as expectativas dos analistas em receita e lucro por ação, fazendo com que suas ações despencassem -7% no dia de ontem.

Dito isso, a empresa acumula alta de 80% no ano, rumo ao seu melhor desempenho anual desde 1999. O sorriso do founder e CEO de 80 anos, Larry Ellison, tem nome: inteligência artificial.

A divisão de Infraestrutura Cloud, com as GPUs sendo vendidas mais rápido que os ingressos do especial do Roberto Carlos enquanto a empresa surfa a onda da inteligência artificial.

A Oracle está no meio de uma transição bilionária, trocando o velho modelo de licenças por uma estrutura movida à nuvem - algo comparável a pular da máquina de escrever direto pro iPhone. Além disso, anunciou uma parceria com a Meta para treinamento do modelo Llama usando sua infraestrutura - similar ao outro acordo com a OpenAi para o mesmo fim.

O que as casas de investimentos recomendam: HOLD

Com média de preço-alvo de $186 e preço atual em $175, há potencial de valorização de aproximadamente 6,2% para as ações no curto prazo. A recomendação é "HOLD", com preços-alvo variando de $140 a $220.

Magníficas 7 ou Medianas 7?

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As Magnificas 7 ou Mag-7 para os mais íntimos, foi o termo cunhado para descrever as empresas de tecnologia dominando o mercado de ações: Apple, Google, Microsoft, Meta, Amazon, Nvidia e Tesla. Somadas, estas ações compõem 33% do índice S&P 500. Mas, será que as magnificas continuarão a performar acima da média das outras 493 empresas do índice ou se tornarão as Medianas 7?

Em outras palavras, apesar de serem mais caras, o desempenho das mesmas está cada vez mais similar às outras empresas do índice. Das duas uma:

→ As projeções de Wall Street estão corretas e os fundos diminuirão a exposição a estas empresas em busca de ativos mais “baratos”.
→ As projeções de Wall Street estão equivocadas e as Mag7 continuarão a performar acima da média.

A resposta está intrinsecamente ligada com a Inteligência Artificial. Os resultados de 2024 foram muito melhores do que o projetado há 12 meses, puxados pelos avanços do campo de IA e suas ramificações: datacenters, energia, dados.

Perspectivas para a economia americana

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Final do ano é tempo de reflexão. Não apenas para aquela tia perguntando quando você vai finalmente desencalhar, mas também para as principais instituições financeiras de Wall Street que já começam a fazer suas projeções e previsões para a ano que vem:

• Bank of America (BofA): Crescimento estável, mas com preocupações no mercado de trabalho. Projeção de crescimento em 2,3% para 2025, com a inflação entre 2,5-3%. Taxa terminal de juros entre 3,75-4%. Ponto de atenção: mercado de trabalho com sinais de enfraquecimento

• Deutsche Bank: Crescimento levemente acelerado pelas Políticas Fiscais. Projeções de crescimento em 2,5%, movido por cortes nos impostos e pelo movimento de desregulamentação

• Goldman Sachs: projeta mudanças significativas em três áreas: aumento nas tarifas de importação; redução da imigração líquida para 750 mil pessoas por ano, abaixo da média pré-pandemia; cortes de impostos, estendendo o realizado em 2017.

• JPMorgan: projeta desaceleração do crescimento, com 2% para ano que vem e uma inflação em 2,3%. O desemprego deve aumentar para 4,5% e espera que a taxa de juros pare em 3,75% ao final do ano.

• Morgan Stanley: tem uma visão mais pessimista sobre o impacto das tarifas no crescimento do PIB.

As perspectivas econômicas para os EUA em 2025 refletem um equilíbrio delicado entre políticas fiscais e monetárias, resiliência do consumidor e os desafios impostos por tarifas e mudanças estruturais. Embora o crescimento seja projetado como estável, os riscos de inflação elevada e fragilidades no mercado de trabalho demandam atenção redobrada de investidores e formuladores de políticas.

Cartinha pro Papai Noel da SEC

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A SEC, que é a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a nossa CVM, lançou uma retrospectiva sobre os resultados do ano. Neste ano, com a liderança de Gary Gensler, o órgão bateu alguns recordes, entre eles o de histórico em Punições:

• Valor arrecadado em multas e penalidades: $8,2 bi (o maior da história)

• O número de casos: 583 (queda de 26%)

• O volume de denúncias: 45.000 (recorde histórico)

Destaque ficou com os dois indivíduos que foram responsáveis por 14k das 45k denúncias realizadas e para a Terraform Labs, a empresa cripto responsável por $4,5bi dos $8,2bi arrecadados. Além delas, algumas das empresas que ficaram na mira da órgão durante o ano foram:

• Morgan Stanley e Pawan Passi: acordo de $249 milhões por vazamento de informações confidenciais

• SAP: multa de $100 milhões por violações à Lei de Práticas Corruptas no Exterior (FCPA).

• FirstEnergy : multa de $100 milhões por fraude e envolvimento em esquema de corrupção política.

• Macquarie Investment Management Business Trust: penalidades de $79,8 milhões por supervalorização de hipotecas e favorecimento de determinados clientes em negociações cruzadas.

• JP Morgan: acordo de $18 milhões por violação de regras de proteção a denunciantes.

Embora o número total de ações tenha diminuído, o foco estratégico em grandes casos e o volume recorde de denúncias mostram que a SEC está fazendo hora extra. Em 2025 o órgão deve seguir vigiando principalmente o mercado de inteligência artificial e de cibersegurança

A dança das cadeiras do Itaú

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Amigo secreto é a preferência da maioria das empresas para a confraternização de final de ano. O Itaú, porém, optou por uma brincadeira diferente: a dança das cadeiras. Na semana passado, dois C-Levels foram alvos das manchetes corporativas

• CMO: Eduardo Tracanella, com 27 anos de casa e responsável por um dos maiores orçamentos de marketing do país, foi demitido da noite pro dia. As especulações: uso indevido do cartão corporativo

• Ex-CFO: Alexsandro Broedel Lopes, que era CFO até julho, quando pediu demissão, foi alvo uma investigação interna do banco que mostrou irregularidades na conduta do executivo, que violaram o código de ética da instituição

Enquanto o Ex-CMO vai tirar um tempo sabático com a família, o Ex-CFO vai começar a trabalhar no Santander, após cumprir o período de quarentena. As acusações do Itaú foram enviadas ao Coaf, ao Banco Central e à CVM.

PS1: Sobrou até para o professor Eliseu Martins, que soltou nota condenando as declarações do banco.

Quick Drops

• FDIC: O “FGC Americano” vai começar a monitorar mais de perto as fin techs americanas após o colapso da empresa Synapse. A ideia desse monitoramento é poder antecipar possíveis vulnerabilidades antes que isso se torne de fato um problema bancário que coloque o sistema financeiro em risco.

• IBGE: divulgou boas notícias em relação à extrema pobreza no Brasil, que atingiu seus menores níveis desde 2022. 8,7 milhões de pessoas saíram da condição de rendimento per capita abaixo da linha da pobreza. A extrema pobreza recuou de 5,9% para 4,4%. O acesso à educação voltou a crescer, batendo em patamares pré-covid.

• Anatel anunciou que todas as cidades do Brasil estão aptas a receber o “5G puro”. Hoje, apenas 18% dos municípios possuem antenas compatíveis com essa faixa de frequência para receber esse sinal. São 1.022 cidades que contam com as antenas licenciadas para a tecnologia, e as projeções são que até 2029 todas tenham - mas até lá já estaremos no 10G

• Payroll: a economia americana adicionou 227 mil empregos em novembro. Houve também um revisional dos números de setembro (de 223k para 255k) e outubro (de 12k para 36k). Os ganhos médios por hora cresceram 4% y/y. A taxa de desemprego ficou em 4,2% em novembro, acima dos 4,1% de outubro.

• Pix: bate um novo recorde, na última sexta dia 06/12, com 250,5 milhões de transações em um único dia. O recorde anterior, de 29/11, era 239,9 milhões de transações

Quem mais subiu, quem mais desceu

Macro

• Mercosul e UE: Após 25 anos de discussão, acordo está pronto e só falta assinar

• Impostos: alta no ICMS de encomendas internacionais de 17% para 20% a partir de abril de 2025

• Hedge Funds: mudam a aposta para venda em Euro e compra de Iene

• BoJ: vende títulos de 10 anos em dinheiro para melhorar liquidez

• DOGE: Marc Andreessen está ajudando nas contratações

• Desemprego Americano: taxa subiu para 4,2%

• Jobless claims: teve um aumento para 224k pedidos dos 215k da semana passada

Ações

• Airbus: corta 2000 vagas dos setores de Defesa e Espaço

• Itaú: vê indícios de crimes em conduta de ex-CFO

• xAI: arrecadou mais de $11 bi em tempo recorde

• Eletrobras: volta a discutir o limite de direito a voto

• Vodafone: reguladores aprovam a fusão com Three numa fusão de £15 bi

• UnitedHealth: CEO é assassinado e indústria repensa riscos

• ALE Combustíveis: vai ser comandada pelo ex-CEO da Vibra

• Log: antecipou seus dividendos de fevereiro para dezembro e anuncia nova política de distribuição

• Docusign: sobe quase 30% depois de apresentar vendas quase 2x maiores que expectativa

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