No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Earnings Raízen: queima total de estoque

• XP: O clima nas assessorias de investimento

• Brasil: o (não) mercado de IPOs e Follow-ons

• $LIBRA: puxando o tapete argentino

Por aqui, o mercado teve uma leve alta, ainda digerindo a forte alta na última sexta, em um dia com o volume bem abaixo da média, dado o feriado nos Estados Unidos. O pregão de ontem foi marcado pelo fechamento da curva de juros, impulsionando as ações domésticas, e pela alta do setor bancário. Dos 87 papéis do ibovespa, 54 tiveram alta. A semana é recheada de divulgação de resultados, com destaque para Pão de Açúcar e Carrefour hoje, e Banco do Brasil, Vale, Gerdau e Assaí amanhã

Lá fora, os mercados ficaram fechados por conta do Presidents Day. É uma semana mais vazia nos dados macroeconômicos, sem nenhuma empresa 'relevante' divulgando resultados nessa primeira parte da semana. Amanhã temos a ata da última reunião do FOMC, que deve corroborar com as falas do Powell no senado americano na semana passada. Amanhã também saberemos a inflação na zona do euro.

Earnings Raízen: queima total de estoque

Em meio a uma série de notícias que fazem a Raízen parecer protagonista de uma história de terror (queda nas operações de trading, secas e incêndios, perdas na agricultura, aumento das despesas financeiras), a empresa de energia anunciou os resultados trimestrais e, para surpresa de poucos, decepcionou:

• Prejuízo líquido: -R$2,57 bi (vs. lucro de R$793mi no ano passado)

• Ebitda ajustado: R$3,12bi (caiu 20,5%)

• Dívida líquida: R$38,59bi (subiu 22,5% em 9 meses)

As ações, que estão em mínima histórica (-73,94%), abriram a segunda-feira liderando as quedas, mas fecharam o dia no positivo. Os analistas estão divididos:

• Os pessimistas: BTG Pactual e Citi criticaram o resultado, considerando como confuso e fraco.

• Os otimistas: XP e Safra mantém recomendação de compra, com preço-alvo até R$ 5,60 (+216%), apostando na nova gestão e na recuperação do etanol.

E agora? A empresa planeja reverter a situação com duas estratégias principais: Venda de estoques de etanol na entressafra (com preços pressionados pelo etanol de milho) e plano de desalavancagem agressivo até 2026/27.

O Itaú BBA considera que o risco-recompensa é intrigante, mas ressalta que é para investidores com estômago forte. Veredito: Raízen se tornou uma ação para investidores pacientes ou traders atentos, de olho no gráfico e nos stops!

PS1: A empresa aprovou captação de R$2,4 bilhões para pagamento de dívidas
PS2: Os executivos da empresa afirmam que não pretendem distribuir dividendos.

O clima nas assessorias de investimento

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O Brasil começou o ano com 26.735 assessores de investimento credenciados. Um número ainda tímido perto dos 300.000 assessores dos Estados Unidos. Por outro lado, somente 5% dos investimentos dos EUA estão na mão dos grandes bancos, enquanto por aqui, esse percentual chega a 80%. Portanto, o sentimento dos assessores pode ser interpretado como o comportamento do mercado. E foi exatamente o que essa pesquisa da XP com sua base de assessores tentou responder:

Renda Variável: melhoria no apetite por risco

• 20% pretendem aumentar a exposição em bolsa.

• 17% querem diminuir – um alívio em relação aos 30% da pesquisa anterior.

• 63% seguem na defensiva, mantendo suas alocações inalteradas.

Renda Fixa: ainda reinando com folga

• 74% querem aumentar suas alocações na classe

• 66% apontam o cenário fiscal como maior risco

Quando o assunto foi quais fatores levariam o cliente a aumentar o apetite de risco e alocar em ações, as respostas foram: (1) Melhora do risco fiscal, (2) Corte de juros no BR e EUA, (3) Recuperação econômica da China.

Entre os setores mais buscados para investimentos: Financeiro, Elétricas, Saneamento e Petróleo & Gás lideram a preferência. Já na lista negra estão empresas altamente alavancadas, com exposição a riscos políticos ou sensíveis a juros.

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⬆ MGLU3: decolou 7,86%m em R$7,96. A empresa sobe 22,46% no ano. A varejista foi impulsionada pela queda dos juros. A presidente do Conselho, Luiza Trajano, falou publicamente para o presidente do BC não antecipar novas altas na Selic.

⬆ VAMO3: Vamos teve uma alta de 5,80%, fechando em R$5,29, ampliando os ganhos da última sexta que foi na casa dos 9% de alta. A empresa vai divulgar seu balanço apenas no finalzinho da janela, em 25 de março.

⬆ CVCB3: CVC subiu 4,55%, em R$2,07, cravando exatamente uma alta de 50% no ano, impulsionada pelo fechamento dos jutos. A empresa ainda não divulgou a data de apresentação dos seus resultados trimestrais.

⬇BRFS3: BRF cai -2,50%, fechando na mínima do dia, em R$19,52. Depois de levar o prêmio de segundo melhor desempenho do Ibov em 2024, a empresa começa 2025 com pé esquerdo e acumula -23% no ano, já que a queda do dólar e valorização das commodities pressionam suas margens.

⬇WEGE3: Nem a recomendação de compra do BTG, com preço-alvo em R$68, foi o suficiente para segurar o papel da queda de -2,51% no pregão, fechando em R$52,45. No relatório, o banco destaca que os EUA podem ser uma via de crescimento da companhia, impulsionados pela necessidade de modernização da infraestrutura elétrica.

⬇JBSS3: JBS liderou as quedas do pregão, em -2,77%, fechando em R$32,61. E empresa já acumula uma queda de -10% no ano. A empresa divulgou a troca de executivos e a expectativa para o balanço (que sai dia 25/03) piorou.

O (não) mercado de IPOs e Follow-ons

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O mercado de IPOs no Brasil está como as sorveterias de paletas mexicanas, praticamente inexistentes. Desde que o Nubank abriu capital em dezembro de 2021, nenhuma outra empresa de aventurou a ingressar no mercado de capitais:

• 2020: 28 empresas abrindo capital

• 2021: 46 empresas abrindo capital

• 2022, 2023 e 2024: 0

E a desaceleração não foi somente nas estreias, mas também nas que já estavam listadas e fizeram follow-ons:

• 2020: $74 bilhões em oferta públicas de ações de empresas já listadas

• 2021: $65bi

• 2022: $58bi

• 2023: $32bi

• 2024: $25bi. 

Para esse ano, o UBS BB projeta um volume, entre follow-ons e IPOs, de R$27 bilhões, um pouco acima do ano passado. Segundo Anderson Brito, o ano vai ser marcado da segunda forma:

• Primeiro Semestre: O foco será nos follow-ons, especialmente no setor financeiro, que já vem apresentando desempenho positivo.

• Segundo Semestre: Existe otimismo em relação à reabertura de IPOs, impulsionado pela possível redução na curva de juros e pelo início das discussões sobre as eleições de 2026.

E se o Brasil não está com o clima ideal para as empresas de capital aberto, a saída é fazer as malas rumo a outros mercados, como foi o caso do Nubank, Stone, Moove e outras que migraram suas ações para as bolsas americanas.

• NYSE: está planejando uma bolsa de valores no Texas

• IRS: é o próximo órgão na mira do DOGE

• IBC-BR: a “prévia do PIB”, caiu 0,73% para dezembro, mas nos últimos 12 meses mostra crescimento de 2,36%

• Selic: com o esfriamento da economia, mercado revê as apostas para o juros terminal

• Japão: PIB avança 0,7% no 4T’24 frente às expectativas de 0,2%

• Estagflação: esse seria o novo pesadelo para a economia brasileira

$LIBRA: puxaram o tapete do Javier Milei

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Seguindo os passos do seu ídolo Donald Trump e gritando o lema “Viva La Libertad, Carajo”, o presidente argentino, Javier Milei, se meteu em uma enrascada no final de semana quando decidiu apoiar um projeto cripto da memecoin moeda virtual $LIBRA.

O projeto, desenvolvido por uma instituição privada, prometia dedicação ao crescimento econômico do país, incentivando startups e pequenas empresas e promovendo a tão aclamada liberdade financeira. Mas entre a promessa e realidade havia um abismo. Em um intervalo de ~6 horas:

Hora 1: com o apoio do Kelsier Ventures, a $LIBRA chega ao mercado
Hora 2: o Presidente Milei posta um Xeet (Tweet) promovendo a moeda
Hora 3: o valor de mercado sai de ~$190mi para $4.5 bilhões (+2.000%)
Hora 4: um volume de vendas aumenta e o preço cai abruptamente
Hora 5: o Presidente posta outro Xeet se distanciando do projeto
Hora 6: a moeda perde -95% de valor de mercado

O que rolou? Especialistas afirmam que foi um caso de rug pull (puxando o tapete, na tradução livre), que acontece quando uma alta concentração dos tokens está nas mãos dos desenvolvedores, que inflam artificialmente o valor da moeda comprando e promovendo, para depois vendê-las com um lucro exorbitante. No caso da $LIBRA, estima-se que 80% dos tokens estavam nas mãos dos desenvolvedores do projeto.

Milei, que agora é alvo de investigação, incluindo a criação de uma comissão especial para apurar os detalhes do caso, com a oposição já falando em impeachment e o chamando de “crypto scammer”, agora entra para o não-tão-seleto grupo dos memecoiners dos últimos 30 dias:

→ Presidente Donald Trump : $TRUMP
→ Primeira dama Melania Trump: $MELANIE
→ Founder da Binance, CZ: $TST
→ Presidente da República Africana: $CAR

PS1: Em 2021 Milei, então deputado, também se envolveu com criptos, promovendo a CoinX, plataforma que prometia altos lucros - mas acabou na justiça.

• INSS rendendo antes de aposentar?*: Pasmem – com rentabilidade em torno de 30% ao ano? Estes são os chamados Recebíveis Judiciais, um investimento de longo prazo e uma oportunidade para quem tem tolerância a risco diversificar sua carteira. É uma tese exclusiva da PeerBR e as oportunidades esgotam rapidinho. Dá um confere no app aqui.

• Suzano: deve voltar a buscar novas avenidas de crescimento inorgânico, afirmaram os analistas do Bradesco BBI.

• BB Seguridade: possui lucro ajustado de R$2,17 bi no 4T’24, crescendo 5,8%. Empresa pagará R$4,4 bi em dividendos.

• Banco BMG: tem lucro líquido de R$125 milhões no 4T’24, com ROAE de 12,2%

• Banco BV: desiste de comprar Méliuz e empresa cai -14,50%

• Ducoco Alimentos: pede recuperação judicial. Dívidas acumulam mais de R$667 milhões

• NuBank: CFO vende $20 milhões em ações a $14

• CSN: é rebaixada pela Moody’s que avisa que a empresa precisa se desalavancar.

*Conteúdo de marca parceira

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