💰 A Seca dos IPOs no BR

+ IBM no detalhe + temporada de balanços

Bom dia Droppers.

Pensei no chuveiro: que o mercado de IPOs em 2025 está igual àquela piscina belíssima em que ninguém tem coragem de pular primeiro para ver se a água tá boa!

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

IBM: resultados positivos não empolgam
Brasil: a seca de ofertas públicas
Cripto: a moda agora é stable-coin de ouro
Balanços: um giro pelos resultados pelo mundo

GIRO PELO MERCADO

Um Giro pelo Mercado

Por aqui, o dia foi de alívio após Trump falar que não tem intenção de demitir Jerome Powell e também sinalizar que pode ceder nas negociações com a China. Depois de 20 dias, o ibovespa enfim conseguiu recuperar as perdas provocadas pelo tarifaço, com 72 dos 87 papéis fechando o dia de ontem no positivo. Entre as 120 small caps, 81 fecharam em alta também.

Lá fora, com esse posicionamento do Trump, o índice do medo deu uma aliviada e saiu do último quadrante — desde a nossa edição de 01 de abril que ele entrou no medo extremo e não quis mais sair. As bolsas subiram forte com as declarações do Trump, e não corrigiram nem com as falas da Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, dizendo que não haverá redução unilateral das tarifas com a China. Nessa madrugada a China também comentou que ainda não houve negociações para um acordo comercial, e os índices futuros já abriram pressionados. Hoje temos divulgação dos balanços da Alphabet e da Intel, após o fechamento do mercado.

EARNINGS

IBM entrega, mas Wall Street devolve: balanço positivo não segura ação

No festival dos balanços, a IBM subiu ao palco e não empolgou a multidão – apesar de a empresa superar as expectativas em receita, margem e guidance.

  • Receita: US$ 14,5 bi (+1% em comparação com Q124)

  • Margem bruta: 55,2% (+180bps)

  • Lucro líquido: US$ 1,06 bi (-33%)

  • EBITDA: US$ 3,4 bi (+12%)

  • Fluxo de caixa livre: US$ 2 bi (+5%)

As ações chegaram a subir 3% logo após o anúncio, mas rapidamente inverteram o rumo e fecharam em queda de mais de 6% no after-market. O principal motivo foi o cancelamento de 15 contratos federais nos EUA, totalizando cerca de US$ 100 milhões de receita recorrente.

Esse valor significa menos de 1% do backlog de consultoria da IBM, mas foi suficiente acender o alerta sobre riscos futuros em negócios com o governo… E reforçar dúvidas sobre o ritmo de crescimento dos setores de consultoria e infraestrutura.

O desempenho robusto (9%) nas divisões em software e IA não foi suficiente para compensar o sentimento de cautela dos investidores, que já traziam expectativas elevadas após a forte alta das ações no último ano.

Mesmo assim, grandes investidores institucionais aproveitaram a queda para aumentar posições, apostando na resiliência de longo prazo da IBM.

O que as casas de investimento recomendam:

  • Morgan Stanley e Jefferies: mantêm recomendação de compra, destacando a força em software e IA;

  • Bank of America: sugere manter posição, ponderando desafios em consultoria e o ambiente macro ainda incerto.

MACRO
  • Bitcoin: volta aos patamares dos US$ 93 mil pela primeira desde março.

  • China: 40% do PIB no 1T’25 foram exportações no ??

  • Japão: investidores venderam mais de US$ 20 bilhões em títulos internacionais, na maior liquidação já registrada por lá.

  • Big Tech: podem fazer recompras de até US$ 500 bilhões e pressionar as ações.

  • INSS: Presidente é exonerado após operação que investiga descontos irregulares de R$ 6,3 bilhões.

  • Multas: Apple vai ter que pagar US$ 570 milhões e Meta US$ 320 milhões por violar as regras de concorrência digital da UE.

BOLSAS

Sem plateia e sem show: seca nas ofertas de ações

O mercado de ofertas públicas e IPOs jurava que ia começar o ano só depois do carnaval… Mas aí passou a quaresma, a Páscoa e ele permanece parado

Se 2024 já tinha sido ruim pro "Kit Brasil", 2025 resolveu mostrar que o fundo do poço tem porão. Esse quadrimestre quase finalizado já é o pior em mais de 20 anos, com o palco das grandes ofertas públicas praticamente vazio.

Por enquanto, o grande acontecimento foi o follow-on da Caixa Seguridade – mais por obrigação das regras do Novo Mercado do que por empolgação financeira. A Azul deve fazer algo similar para reestruturar dívidas, mas o processo segue sem previsão de efetivação.

Pra comparar com os carnavais passados (sempre considerando os primeiros quatro meses de cada ano):

  • 2025: R$ 1,22 bi

  • 2024: R$ 4,8 bi

  • 2023: R$ 6,8 bi, mesmo com o fantasma da Americanas rondando o mercado

  • 2021: R$ 39 bi (último suspiro do boom de IPOs)

O recorde negativo do Brasil está lá em 2004, quando apenas a CCR abriu oferta e levantou R$ 375 milhões. A comparação é desanimadora: na época a bolsa ainda tentava aprender a andar — e a falar inglês fluente pro investidor gringo.

🛑 Tá parado!

Marcelo Millen, do Citi, lembra que nem na recessão de 2014 a 2016 o Brasil passou um ano sem IPO. Agora já são quatro anos seguidos sem estreias no pregão.

🟢 Mas tá vivo!

Bruno Boetger, VP do Bradesco, diz que tem uma fila de empresas prontas pra entrar nas listas, mas que só isso deve andar mesmo no segundo semestre.

A esperança? Que uma possível queda dos juros finalmente anime o investidor a sair da renda fixa e voltar pra renda variável. Se tudo der certo, o volume de ofertas pode chegar entre R$ 15 e R$ 20 bi este ano — ainda abaixo dos R$ 25 bi de 2024.

Por enquanto, as atenções estão na Azul, com follow-on que tenta captar até R$ 4 bi pra reforçar o caixa e reestruturar dívidas. Mas atingir esse valor também vai depender do apetite dos investidores e nesse momento a fila do buffet não está promissora.

CRIPTO

The book Gold is on the Stable

A maré de incerteza e volatilidade que tomou conta dos mercados financeiros nos últimos tempos afugentou uma galera do universo cripto, mas nem tudo foi queda livre. Em meio ao caos, alguns ativos digitais conseguiram surfar — e entre eles, brilharam as stablecoins de ouro. Sim, criptos que seguem o preço do metal precioso.

DROPS explica: Stablecoins de ouro são tokens lastreados em reservas físicas de ouro. Cada unidade representa uma quantidade específica do metal, permitindo exposição ao ouro — sem precisar guardar uma barra no cofre da avó. É o ouro... com blockchain e sem o peso na mochila.

Na prática, elas funcionam como as stablecoins de dólar (como USDT e USDC), mas com um toque dourado. E é justamente esse brilho que tem conquistado investidores: em tempos de incerteza, ativos com carinha de segurança viram os queridinhos. E aqui, o bônus é fugir dos custos (e perrengues) de armazenar e transportar o ouro físico.

O resultado? A demanda segue firme:

  • US$ 42,7 milhões em novos tokens emitidos só neste ano

  • O segmento já movimenta cerca de US$ 1,4 bilhão

Apesar de ainda serem um nicho dentro do universo cripto, essas stablecoins mostram como o mercado está amadurecendo — e se moldando a um público mais conservador (ou, pelo menos, mais pragmático). Não é mais só sobre alavancagem, memes e promessas de “ir pra lua”.

Os destaques são o Paxos Gold (PAXG), lançado em 2019, e o Tether Gold (XAUT), de 2020 — ambos atrelados a uma onça de ouro cada e disponíveis em corretoras como a Binance. Tem também o CACHE Gold (CACHE), que representa 1 grama de ouro puro por token — mais acessível pra quem quer entrar no dourado sem esvaziar a carteira.

Em tempos de tensão e incerteza monetária, até no blockchain o pessoal anda preferindo um pouco de... Estabilidade.

BALANÇOS

Tour pelos Balanços

volta rápida pelas divulgações trimestrais

Tesla: mesmo com os resultados fracos, subiu +5,37% depois que Elon Musk anunciou que passaria menos tempo na DOGE a partir do mês que vem.

  • Lucro por ação: entregou US$0,27, bem abaixo dos US$ 0,39 projetados;

  • Receita: US$19,34 bilhões, abaixo dos US$21,11 esperados.

Boeing: voou 6,06% após divulgar um aumento nas entregas dos seus aviões em 57% e reduzir seu prejuízo em quase 90%. O prejuízo no trimestre ficou em apenas US$ 37 milhões.

  • Lucro (Prejuízo) por ação: US$0,49, bem melhor que os US$ 1,18 esperados;

  • Receitas: US$ 19,5 bilhões, subindo +17,7% .

SAP: subiu 10,6% depois de entregar um crescimento de 58% nos lucros operacionais nesse primeiro trimestre. Mês passado a empresa passou a Novo Nordisk como a empresa mais valiosa da Europa.

  • Lucro por ação: €1.44, subindo 79%;

  • Receita: € 9 bilhões, crescendo 11% — mas com sua frente de cloud subindo 29%.

Adidas: subiu 3% com a divulgação de lucros operacionais melhores que o esperado — motivados pela tendência dos tênis retrô. Mas a divulgação completa dos resultados vai ser anunciada apenas no dia 29 de abril.

  • Lucro Operacional: € 610 milhões, acima dos € 545 milhões esperados;

  • Receita: € 6,2 bilhões, em linha com as estimativas.

AÇÕES
  • Voepass: pede RJ e culpa parceira Latam pela crise.

  • CCR: estreia novo ticker e anuncia R$320 milhões em proventos.

  • Bombril: apresenta plano para sair da RJ.

  • Duolingo: subiu 10% depois do Morgan Stanley iniciou a cobertura chamando o papel de "best-in-class consumer internet asset".

  • Embraer: número de pedidos cresceu 25% no 1T’25.

  • Hypera: tem prejuízo de R$140 milhões no 1T’25.

  • Intel: subiu 5,54% com relatos de que planeja cortar 20% de sua força de trabalho.

  • Whirlpool: reverte prejuízo e lucra US$ 71 milhões no 1T’25.

STATS DO DIA

US$ 11,5 bilhões - é o quanto os operadores vendidos (short positions) fizeram de dinheiro apostando contra a Tesla apenas esse ano.

Via Sherwood
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