No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Tesla x BYD: A batalha dos elétricos

• Retro 2024: O ano em que o Kit Brasil foi para o brejo

• Banco Central: ano novo, presida novo

Um Giro pelo Mercado

Resultados de 2024

Por aqui, começamos o ano da forma como terminamos: com o pé esquerdo. No primeiro pregão do ano tivemos suspensão das negociações do tesouro novamente e o ibovespa chegou a cair -1,36%. Mas, com a subida de 1,26% ontem, o índice cai “somente” -0,21% nesse começo do ano.

Lá fora, tivemos o S&P 500 performando 24% no ano - praticamente repetindo o feito de 2023. Foi a primeira vez desde 1997-1998 que vimos dois anos seguidos com ganhos acima de 20%! As projeções não são de um “tricampeonato” mas, ainda assim, são otimistas: a previsão média para 2025 é de um aumento de 10%. Amanhã teremos a divulgação da última reunião do banco central americano, que cortou as expectativas para apenas dois cortes neste ano.

A batalha dos elétricos

Não precisa mais jogar gasolina na fogueira, afinal, esta batalha é elétrica. Este ano, a Tesla conseguiu manter sua coroa frente a BYD por um fio de cabelo no acumulado anual, mas esse talvez tenha sido o último dos anos de soberania.

• De um lado: a Tesla chegou em primeiro lugar, entregando 1,78 milhões de carros puramente elétricos no ano, sendo que 495k foram no último trimestre

• De outro lado: a BYD entregou 1,76 milhões de carros puramente elétricos no ano, porém, já ultrapassou a Tesla no último trimestre com 595k carros entregues.

A estratégia da Tesla para vencer esta guerra é apostar em carros que se dirigem sozinhos e em outras verticais de mercado como os robôs humanóides. Já a BYD aposta no xeque-mate geográfico, expandindo para países de terceiro mundo com preços mais acessíveis e espalhando fábricas por tudo quanto é continente.

2025 será o ano em que descobriremos se o futuro da mobilidade fala inglês ou mandarim. Mas uma coisa é certa: nesta partida, não há empate: é inovação ou extinção. E você, em qual cavalo elétrico está apostando?

Retro 2024: o ano em que o Kit Brasil foi para o brejo

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Se você apostou contra o Kit Brasil — aquela clássica combinação de ações, câmbio e renda fixa local — parabéns! Você faz parte do seleto grupo que sorriu enquanto o mercado chorava. Para o resto dos mortais, 2024 foi um daqueles anos para esquecer.

Ibovespa:

Caiu -10,36% no ano, com apenas 49,2% dos pregões fechando no positivo, a menor proporção desde 2015. Entre as 86 ações da carteira do índice, 71 registraram desvalorização. Além do desempenho fraco, o volume médio negociado também decepcionou, alcançando R$16,5 bilhões por dia – o menor dos últimos cinco anos e 8% inferior a 2023. Por que?

• Taxas de Juros mais altas: Com a renda fixa mais atrativa, o fluxo financeiro grana migrou para títulos públicos, bancários e debêntures.

• Fuga de Capital Estrangeiro e Resgate dos Institucionais: Investidores internacionais retiraram R$32 bi da bolsa brasileira ao longo do ano, enquanto os Institucionais retiraram R$37bi

Câmbio:

O real teve uma queda de 27,35%, fechando a R$6,18 – o pior desempenho desde a alta de 29% registrada em 2020, no auge da pandemia. Em dezembro, o Banco Central realizou intervenções históricas no câmbio, vendendo quase US$20 bilhões (6% das reservas cambiais) para conter a escalada do dólar. Por que?

• Alta do dólar: após a eleição do presidente Trump a moeda reserva mundial teve um salto que afetou negativamente as moedas emergentes. Porém, estudos apontam que 65% da alta do dólar foram motivadas por problemas domésticos e apenas 35% teriam relação com a alta do dólar externo.

Renda Fixa:

Nem mesmo esta classe de investimentos, considerada segura com rendimentos previsíveis e baixa oscilação, conseguiu escapar da volatilidade, com algumas negociações sendo suspensas ao longo do ano. O Tesouro IPCA+ foi especialmente afetado, registrando as maiores perdas do ano. O título RendA+ com vencimento em 2084 chegou a perder 52,65%. O Tesouro Prefixado atingiu recordes históricos, com títulos pagando até 15,68% de retorno. De 203 fundos de renda fixa analisados, 183 (90%) renderam menos que o CDI, sendo que 23 fundos registraram performance negativa. Por que?

• Oscilação da Selic: a taxa básica de juros começou o ano em 11,25%, caiu para 10,50% no primeiro trimestre e subiu para 12,25% no segundo semestre.

• Aumento da Expectativa dos Juros Futuros: Os juros futuros chegaram a precificar a Selic em 17,50% para meados desse ano, ou seja, o mercado não acha que a Selic vai parar na taxa atual.

Para quem entrou agora, é festa: taxas maiores significam melhores rendimentos futuros. Para quem já estava por aqui, é ressaca: a alta das taxas derrubam o preço de mercado dos papéis, gerando perdas temporárias.

Em 2024, o mercado financeiro brasileiro mostrou que, quando as coisas vão mal, sempre pode piorar. Mas, olhando o copo cheio, a lição é que diversificação, paciência e um bom cardiologista são indispensáveis para encarar os mercados brasileiros.

Banco Central: ano novo, presida novo

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Ano novo, vida nova presidente do Banco Central novo. Fazem quatro dias que Gabriel Galípolo assumiu o trono em um dos cargos mais influentes do Brasil, tempo suficiente para Lula reclamar que os juros ainda não caíram.

Quem é Galípolo? Com 42 anos, o economista formado pela PUC e ex-CEO do Banco Fator, foi indicado pelo presidente Lula e teve a aprovação tanto do governo quanto da oposição para assumir o BC

Qual a função do BC? Um dos órgãos mais importantes para economia nacional, trabalha de forma independente do governo e é responsável por conduzir a política monetária e cambial do país. Sua missão constitucional é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda.

Qual o cenário atual? Galípolo assume o trono em um ambiente turbulento, com dólar e inflação desancoradas. O centro da meta é de 3%, com as bandas superiores em 4,5% e as inferiores em 1,5%. Se conseguir entregar a missão, o novo presida não precisará escrever a indesejada cartinha…

Você sabia? Se o BC falhar na sua missão de entregar a inflação dentro da meta, o presidente da autarquia precisa escrever uma cartinha para o Conselho Monetário Nacional, explicando os motivos da meta não ter sido batida e quais medidas serão tomadas para trazer a inflação de volta para a meta.

Desde que o sistema de metas foi implementado em 1999, quatro presidentes já tiveram esse ingrato trabalho de escrever a cartinha para o papai noel:

• Armínio Fraga: 2001 e 2002 (acima da meta)

• Henrique Meirelles: 2003 (acima da meta)

• Alexandre Tombini: 2015 (acima da meta)

• Ilan Goldfajn: 2017 (abaixo da meta)

• Roberto Campos Neto: 2021 e 2022 (acima da meta)

P.S.1: leia aqui na íntegra a última carta de 2022, referente ao não atingimento da meta da inflação de 2021.

Quick Drops

• S&P: As projeções do índice americano para 2025 estão variando entre 6400-7100. As principais casas estão com essas projeções: UBS: 6,400; JPMorgan: 6,500; Morgan Stanley: 6,500; Goldman Sachs: 6,500; Citi: 6,500; RBC Capital Markets: 6,600; Barclays: 6,600; Wells Fargo Investment Institute: 6,600; Bank of America: 6,666; Deutsche Bank: 7,000; Oppenheimer Asset Management: 7,100

• DREX: o Real digital, realizou a sua primeira transferência, em uma transação da Caixa Econômica Federal para o Banco Inter. As estimativas é que o DREX esteja no mercado ainda neste ano de 2025. Diferente das criptomoedas, o DREX é centralizado e regulamentado pelo BC.

• Rebal Ibovespa: A B3 divulgou a terceira e última prévia do Ibovespa, que vai começar a valer entre 6 de janeiro e 2 de maio. Dois papéis entraram e dois saíram no índice: Marcopolo (POMO4) e Porto Seguro (PSSA3) agora fazem parte do “time titular”, enquanto Alpargatas (ALPA4) e Eztec (EZTC3) ficam de fora

• Argentina: os hermanos tiveram um ano e tanto na economia. Enquanto o EWZ, a bolsa brasileira em dólares, caiu -30% no ano passado, o principal índice da bolsa argentina em dólares foi de +115%. O peso argentino também foi a melhor moeda de 2024, com valorização de 44%.

• U.S Steel: Na caneta, Joe Biden veta a venda da empresa para a Nippon Steel, empresa japonesa. O M&A avaliado em $15bi foi cancelado pelo presidente por questões relacionadas à segurança nacional.

⬆ AZUL4: decolou 14,67%, fechando em R$4,30, com a notícia um acordo firmado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a Secretaria Especial da Receita Federal sobre a reestruturação do passivo da aérea, além de um dia de alívio no dólar e nos preços do petróleo.

⬆ YDUQ3: subiu 10,32% para R$8,87, sem notícias corporativas divulgadas, mas impulsionadas pelo recuo dos juros futuros. O DI de janeiro de 2031 teve uma queda robusta de 15,055% para 14,75%.

⬆PETZ3: a varejista subiu +6,47%, fechando em R$4,28, na máxima do dia, também foi beneficiada com o fechamento dos juros.

⬆ ENEV3: subiu 5,86%, depois de cair -10% no primeiro pregão do ano, após o Ministério de Minas e Energia publicar uma portaria com regras para um leilão de capacidade para térmicas e hidrelétricas e deixar a empresa de fora. A portaria do leilão permite a contratação das térmicas existentes para os anos de 2025, 2026 e 2027. Mas depois o Ministério voltou atrás nas regras e abre espaço para renovação de Parnaíba 1 e 3.

⬇VALE3: Recuou 1,28%, em R$52,56, com pressão na queda dos preços do minério de ferro, que caiu 0,72% e também com o recuo do dólar frente ao real

⬇ PETRÓLEO: O bloco das petroleiras caiu com o recuo do dólar e do preço da commodity: PETR4: -0,47%, RECV3: -2,01%, BRAV3: -0,22%

• Bolsa de Nova York: fechará nesta quinta-feira, 9, pelo dia nacional de luto do ex-presidente Jimmy Carter, que morreu no domingo aos 100 anos.

• China: pagamento recorde de dividendos intensificou a pressão sobre o yuan

• Dívidas EUA: podem atingir novo limite já em meados de janeiro

• Singapura: Número empresas na bolsa de valores de atingiu o menor nível em 20 anos

• EUA: Número de sem-abrigo atinge recorde

• Bill Ackman: espera que Trump privatize a Fannie Mae e a Freddie Mac

• Índia: preparadas para fluxos anuais recordes de investidores de varejo

• Nordstrom: fecha acordo de $6,2 bi e vai deixar a bolsa

• Microsoft: planeja gastar $80bi em DataCenters apenas em 2025

• JHSF: vende 18% do Ponta Negra para foco na alta renda

• Uber: está recomprando $1,5 bi em ações sob seu plano de recompra de $7 bilhões, com uma entrega inicial de ~18,6 milhões de ações em 6 de janeiro de 2025.

• Nubank: ganha R$ 113,5 bilhões de valor de mercado em 2024

• Itaú: perde R$25 bilhões de valor de mercado em 2024

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