💰 Tesla quebra maldição de cinco trimestres!

Bom dia Droppers,

Pensei no chuveiro: Se carros autônomos e elétricos realmente funcionarem melhor que os humanos no volante e combustível no tanque, seremos nós a última geração a saber dirigir e abastecer?

Um Giro pelo Mercado

Ontem, o Ibovespa seguiu Wall Street ladeira abaixo.

O que rolou no Brasil? Ibovespa caiu 0,55%. Petrobras e Vale, pressionadas pela queda do petróleo e do minério de ferro, terminaram o dia no vermelho. Outra preocupação é com as contas públicas e necessidade de controle de gastos, coisa que o ministro Haddad prometeu resolver, mas só depois das eleições municipais. Entre destaques positivos tivemos IRB Re (IRBR3), que subiu mais de 12% após apresentar resultados melhores que esperado, e Carrefour (CRFB3) que anunciou um acordo de venda de lojas.

E lá fora? Nos EUA, Wall Street estendeu a queda de terça com a escalada do rendimento do Tesouro americano. O VIX, aquele famoso "termômetro do medo", disparou 10%. Já o Livro Bege do Fed (relatório econômico que reúne dados sobre as condições econômicas em diferentes regiões dos EUA) mostrou uma economia que anda mais indecisa que quem não sabe se pede pizza ou sushi.

O cenário global preocupa: rendimentos dos Treasuries subindo, eleição nos EUA pegando fogo, e todo mundo de olho nos próximos passos do Federal Reserve e na inflação americana.

O que vem por aí? Há cautela com ações de tecnologia de nova geração, que já se valorizaram bastante. O setor de turismo, com destaque para Indigo, é promissor no cenário pós-pandemia, enquanto o mercado de ar-condicionado, embora caro, também tem potencial de crescimento. Os investidores estão focados em setores com alto potencial e evitar ações supervalorizadas.

Tesla: Resultados do Terceiro Trimestre 2024

A Tesla divulgou os resultados do último trimestre e trouxe boas novas para os investidores: um lucro por ação 22% maior que o esperado, quebrando a maldição de cinco trimestres sem bater as expectativas dos analistas e fazendo as ações saltarem ~12%.

A origem do bom resultado não foi especificamente o aumento da venda de carros, que cresceu ‘apenas’ 6% em volume e 1% em receita, mas da diminuição do custo para produzi-los, que foi 6% menor que no ano passado.

Com sua oferta totalmente elétrica, a Tesla vende crédito aos fabricantes tradicionais que ainda ofertam carros movidos a gasolina e não cumprem as metas regulatórias de emissão. Estes créditos regulatórios subiram 33% ou $185mi.

A venda e armazenamento de energia, que vem em forma de painéis solares, tetos solares, baterias e outros produtos, cresceu 52% em comparação ao ano passado, atingindo $1.5bi, com uma margem recorde de 30,5%.

O que chamou mais a nossa atenção:

• Diversificação das fontes de receita: A Tesla está expandindo agressivamente no setor de energia renovável, com recordes de margem e crescimento.

• Controle de custos: Margens de lucro superiores ao esperado mostram que a Tesla está administrando bem a eficiência operacional.

• Perspectiva de longo prazo: O lançamento de veículos a preços mais acessíveis e foco no mercado de robotáxis abrem novas frentes de crescimento.

• Desafios no curto prazo: A entrega de veículos ficou abaixo das expectativas, e eventos recentes geraram dúvidas sobre a execução dos novos projetos.

Apesar de todos desafios do setor e das polêmicas de seu fundador, a Tesla - que fabricou 7 milhões de veículos até hoje - prevê um crescimento de 20% a 30% nas vendas de carros até 2025, produzindo de 3 a 3.5 milhões de veículos anualmente, além de um novo modelo de preço mais acessível para o início de 2025.

O que as casas de investimentos recomendam: HOLD

Com uma média de preço-alvo de US$ 210,94 e preço atual em US$ 239,50, há um potencial de desvalorização de aproximadamente 11% no curto prazo - porém as casas ainda precisam atualizar suas recomendações pós-earning.

O que rolou Brasil adentro?

• Arrecadação: somou R$ 203,2 bi em setembro, o maior resultado para o mês desde o início da série histórica, com alta real de 11,61% em relação a 2023.

• EMS/Hypera: fusão criaria o quarto maior anunciante do Brasil. Somadas, as verbas de compra de mídia das duas empresas ultrapassaria R$ 1 bi.

• FMI: prevê salto de mais de 10pp no peso da dívida pública do Brasil, com superávit primário esperado apenas a partir de 2027.

• Mercado e Trump: volatilidade alta no Real e moedas latino-americanas com a possível vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA.

• Neoenergia (NEOE3): reportou lucro líquido de R$ 841 M no 3º trimestre de 2024, uma queda de 46% em relação ao ano anterior, apesar de um aumento de 23% na receita operacional líquida.

• Nubank: CEO David Vélez afirmou que é cedo para decidir sobre a entrada na Argentina, destacando que o momento econômico do país requer cautela.

• Soja: com a volta das chuvas, a estimativa de safra recorde foi confirmada, impactando positivamente as exportações e a renda do setor agrícola.

A Coca-Cola apresentou resultados melhores do que o esperado no terceiro trimestre. E sabe quem salvou o trimestre? A odiadaamada Coca Zero, que cresceu 11% em vendas! Dias de glória, finalmente. Mas nem tudo é essa coquinha gelada não: a receita aumentou, mas as vendas diminuíram em mercados como China e Turquia.

De bom, teve marcas premium, como Fairlife e Topo Chico registrando crescimento. E melhora da margem de lucro, mesmo com aumento no preço das matérias-primas.
De ruim, é que essa proeza veio do aumento dos preços, não do ganho de eficiência.

O foco em produtos premium é promissor, mas a resistência dos consumidores, sensíveis à inflação, um desafio. O mercado também percebeu isso e as ações da empresa estão sendo negociadas com 2% de queda. A Coca-Cola precisa assumir postura ousada, buscando inovações, eficiência e sustentabilidade para superar os desafios e manter seu espaço no mercado. O futuro pertence às marcas que se reinventam, não às que se acomodam.

O que as casas de investimentos recomendam: HOLD

Com uma média de preço-alvo de US$ 74,57 e o preço atual em US$ 68,11, há um potencial de valorização de aproximadamente 9,49% para as ações no curto prazo.

O que rolou mundo afora?

• AT&T: ações subiram após superarem as expectativas de novos assinantes, apesar de uma baixa contábil de US$ 4,4 bi relacionada à sua unidade de telefonia empresarial.

• Arm Holdings/Qualcomm: Arm escalou sua disputa legal com a Qualcomm ao cancelar uma licença tecnológica crucial, afetando as ações de ambas as empresas.

• Boeing: relatou perda de mais de US$ 6 bi no terceiro trimestre enquanto espera que trabalhadores encerrem uma greve que paralisa a produção há seis semanas.

• Apple Pay: CFPB multou Goldman Sachs e Apple em US$ 89M e proibiu temporariamente Goldman de emitir novos cartões de crédito.

• Paul Tudor Jones: bilionário afirmou que o crescimento da dívida dos EUA é insustentável e que prefere investir em bitcoin, ouro e commodities, prevendo inflação crescente.

• Spirit Airlines: ações dispararam 37% com a possibilidade de retomar uma fusão com a Frontier Airlines.

• Starbucks (SBUX): ações caíram quase 5% após resultados preliminares do quarto trimestre indicarem queda de 7% nas vendas globais e 14% na China.

• Tokyo Metro: ações subiram 45% após seu IPO, que arrecadou 348,6 bi de ienes (US$ 2,3 bi), sendo o maior no Japão em seis anos.

Quem mais subiu, quem mais desceu, ontem:

Stats do dia

(via Reuters)

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